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Servidores: negociação é pauta de governo

publicado:  16/04/2015 22h36, última modificação:  16/04/2015 22h36

Brasília, 21/10/2005 – O ato de negociação no âmbito do serviço público federal nos moldes do que é realizado atualmente representa um avanço em si mesmo. Hoje é pauta de governo. A tese teve caráter de consenso nos debates sobre Gestão de Conflitos, durante o III Encontro do SIPEC. As questões relativas à negociação foram abordadas pelo diretor de Relações de Trabalho do Município de Recife/PE, Paulo Ubiratan, pelo Coordenador Geral de Negociação e Relações Sindicais da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Idel Profeta e pelo assessor Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Luis Sérgio Gomes da Silva.

Para Paulo Ubiratan, a experiência da Prefeitura de Recife com a Mesa Municipal de Negociação Permanente significa um rompimento com estruturas arcaicas. “Eu, particularmente, me arvoro no direito de dizer que considero positivo o sistema permanente de negociação adotado em Pernambuco”, disse Ubiratan, referindo-se ao novo momento político propício ao diálogo. Mas disse que se trata de um momento novo onde o processo de negociação, em plena construção, precisa ser aperfeiçoado ao longo do tempo, inclusive com a participação da sociedade nos debates.

O palestrante observou que no caso de Recife o sistema deverá ser reestruturado. “Consideramos importante que o quadro de gestores do município seja cada vez mais qualificado, a fim de que os gestores possam entender as contradições do movimento sindical”. Destacou, porém que o próprio movimento sindical também precisa assimilar que se trata de um novo momento. “Não é fácil ainda. A debilidade está em lidarmos com uma novidade”, disse Ubiratan ao comentar que poucas prefeituras têm essa experiência da negociação permanente.

O coordenador geral de Negociação e Relações Sindicais do Ministério do Planejamento, Idel Profeta também seguiu na mesma linha de entendimento, de que a democracia participativa é passo fundamental para estabelecer com governos relações de transparência. Disse que a experiência de Recife tem muita similaridade com a Mesa Nacional de Negociação Permanente. Sobre a Mesa Nacional adiantou que os esforços serão para descentralizar o sistema até os locais de trabalho.

Outro ponto, segundo Profeta será trabalhar para deslocar o foco da remuneração a partir da conscientização de que o processo de negociação pode e deve ser mais abrangente e deverá ser usado como instrumento de gestão de pessoas, para a valorização do servidor e a conseqüente melhoria dos serviços prestados à população.

“Independente dos avanços futuros, a negociação já é pauta do governo”, disse Idel Profeta, ao comentar que mais de um milhão de servidores já foram beneficiados por acordos formalizados na Mesa de Negociação Permanente. Quanto à existência de conflitos destacou que eles são inerentes ao debate democrático. “Estamos num caminho evolutivo para consolidarmos um novo modelo de serviço público no país. É um projeto que continuará a demandar esforço mútuo de aprendizagem”, ressaltou ao ilustrar que as dificuldades existentes residem no nível muito alto de expectativas depositadas sobre o atual governo.

Também o assessor Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Luis Sérgio Gomes da Silva destacou que o fator conflito é natural e está sempre presente nas relações interpessoais e de grupos. Mas, disse que o entendimento deve ser buscado, agora em novos patamares. “O mundo passa por mudanças, uma revolução no processo de trabalho que deixou de ser manual”. Luis Sérgio lembrou que lidamos hoje com pessoas, com gestão do conhecimento. “Será preciso desenvolver outras expectativas alicerçadas no diálogo efetivo, na vontade de aprender com o outro, a bem de construir uma nova relação de trabalho”. Para Luis Sérgio sem essa motivação não será possível promover mudanças organizacionais e a solução de conflitos. “E para começo de qualquer conversa, é preciso saber escutar, estar disposto a compartilhar enfoques. Escutar é fundamental numa negociação”, disse ele .