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Servidor precisa ter compromisso com a população, diz Sérgio Mendonça
Brasília, 8/6/2005 - As entidades sindicais e os servidores públicos que estão em greve exercem seu direito, não se discute isso. Mas é preciso que, em momentos como este, se reflita sobre os riscos em relação à população. A declaração foi dada pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.
Ele lembra que a sociedade julga o serviço público não só pelos ministros, pelo presidente, julga também pelo servidor que está atuando diretamente com o usuário, pela sua boa vontade e pelo compromisso que tem com o bom atendimento.
"E, em momentos como este, de greve, o que se tem é uma imagem do serviço público ruim", afirma o secretário. "É isso que sobressai numa agência do INSS que parou de atender. No setor privado eu desconheço uma categoria que tenha entrado em greve no mês em que está recebendo 10% de reajuste. Mas no setor público estamos vendo isso".
Mendonça referia-se ao fato de que, no INSS, ter sido feito um acordo pelo qual os servidores tiveram o reconhecimento de perdas do passado. Eles estão recebendo uma reposição, em três anos, de 47,11%. No contracheque de maio, esses servidores tiveram um reajuste de 9,53% e vão receber outra parcela em dezembro, completando os 47,11%.
Segundo o secretário, se forem somados os reajustes que o governo concedeu ao conjunto dos servidores públicos em 2003 e 2004, os do INSS receberam cerca de 60%.
"Este é um governo comprometido com a negociação, com o reconhecimento das entidades sindicais, não só do ponto de vista corporativo, mas do ponto de vista de melhorar a qualidade do serviço público", afirma. "E precisamos dar esse passo adiante. É necessário que as entidades representativas dos servidores se comprometam com a ponta, com o usuário, com a eficiência do serviço", reitera o secretário. "Senão, logo a sociedade vai fazer este questionamento: ′Por que investir mais dinheiro no salário do servidor se o serviço não funciona?′ Tem de haver um compromisso dos servidores e das entidades sindicais", afirma Sérgio Mendonça.
O secretário disse também que a Mesa Nacional de Negociação Permanente não pode ser vista apenas como um instrumento para aumentar salários. "Dessa forma ela não se sustentará", alertou. "É preciso ter em mente que, além do governo e das entidades sindicais, há uma terceira parte, que é a sociedade julgando se esse processo de democratização avança na direção de uma melhoria do serviço público, do compromisso do servidor com a qualidade", completou o secretário.