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Conferência de RH discute papel do Estado na sociedade moderna

publicado:  16/04/2015 22h37, última modificação:  16/04/2015 22h37

Brasília, 8/7/2009 – No primeiro painel da Conferência Nacional de Recursos Humanos, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, destacou que o Brasil falhou como Estado, pois, em pleno século 21, não conseguiu superar os problemas históricos que se arrastam desde o século 19. Segundo ele, só através da educação e de um novo padrão civilizatório, os problemas sociais poderão ser solucionados.

O presidente do Ipea afirmou que, com uma maior expectativa de vida da população mundial, torna-se desnecessário o ingresso no mercado de trabalho antes dos 25 anos.  “Começar a trabalhar após os 25 anos de idade fará com que as pessoas estudem mais e cheguem ao mercado de trabalho com mais qualificação e maturidade para desenvolver melhor seu papel na comunidade e com capacidade de solucionar problemas que se arrastam por vários séculos, destacou.

Pochmann defende também a redução das jornadas de trabalho: “Hoje, estamos trabalhando o tempo todo. Pelo celular, laptops, dentro do carro, do avião e em casa, durante todo o dia. Cada vez mais a presença do funcionário no local de trabalho tem se tornado desnecessária. Acho que a jornada semanal de 12 horas, dividida em três dias, com 4 horas de trabalho e um salário vinculado a metas de produção seria o ideal para a sociedade moderna, que hoje vive focada no trabalho 24 horas por dia, disse o presidente.

Para sustentar este novo padrão civilizatório, Marcio Pochmann elege o Estado. “Para que isto ocorra, é necessário que se aumente o fundo público dos 35% para 70% do PIB. Isto só se torna possível com tributos sobre as novas riquezas. Sobre os direitos de riquezas acumulados por poucas empresas e que hoje formam fortunas inimagináveis.

“No século 20, os países tinham empresas; hoje, as empresas têm países. As 500 maiores multinacionais têm o faturamento maior do que metade do PIB mundial. As três maiores têm faturamento maior que o PIB do Brasil, que é a nona economia do mundo.As 50 maiores têm faturamento superior ao PIB de 100 países. Não se pode aceitar que as empresas multinacionais de grande porte continuem a acumular riquezas enormes sem pagar uma boa parcela de tributos, destacou Márcio Pochmann.

Além do presidente do Ipea, participou do painel o professor titular de Economia da PUC de São Paulo, Ladislau Dowbor. Em sua palestra, o professor destacou que sustentar a crescimento do PIB nas economias mundiais vai na contramão da garantia dos direitos básicos e da qualidade de vida da população. Ele disse ainda, que a preservação do meio ambiente é vital para garantir a sobrevivência do planeta e a qualidade de vida das gerações futuras.

A Conferência Nacional de Recursos Humanos ocorre no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, desde segunda-feira (6/07), e vai até amanhã (9/07).

O evento reúne 1.500 pessoas entre gestores de RH de diversos órgãos da administração pública federal, dirigentes sindicais, representantes da sociedade civil organizada e servidores da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento.

Na pauta das discussões estão cinco eixos prioritários da atual gestão da SRH - Democratização das Relações de Trabalho, Diretrizes de Carreiras, Gestão por Competências e Avaliação de Desempenho, Saúde, Previdência e Benefícios do Servidor e Sistemas e Processos em Gestão de Pessoas.