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Cadastramento dos servidores federais começa nesta quarta, 20/11

publicado:  16/04/2015 22h36, última modificação:  16/04/2015 22h36

Brasília, 18/11/2002 - A partir desta quarta-feira, 20, os servidores públicos federais começam a responder ao Censo Racial do Serviço Público Federal, que visa a identificar o universo de servidores afrodescendentes. O Censo estará concluído no dia 27 de novembro.

Cerca de 460 mil funcionários em atividade terão de responder ao quesito raça/cor, autodeclarando-se brancos, pretos, pardos, amarelos ou indígenas. Aqueles que não quiserem declarar sua cor, deverão registrar a situação "não declarada".

O cadastramento estará disponibilizado aos servidores em todas as unidades de Recursos Humanos do país através do Siapenet. Os resultados serão disponibilizados, ao final do cadastramento, no Boletim Estatístico de Pessoal divulgado no site www.planejamento.gov.br.

Ao realizar este cadastramento, o Governo pretende conhecer a situação dos servidores negros, aprofundando estudo sobre a existência de desigualdades motivadas pelas diferenças raciais.

Se forem constatadas, serão propostas ações afirmativas que reduzam e até eliminem as desigualdades dentro do serviço público federal.

DESIGUALDADES NO BRASIL - Os brasileiros afrodescendentes constituem a segunda maior nação negra do mundo, atrás somente da Nigéria, na África. São 76,4 milhões de pessoas, correspondendo a 45% dos habitantes do Brasil, segundo o Censo do IBGE de 2000.

Mesmo representando tão expressiva parcela da população, os negros enfrentam a desigualdade em praticamente tudo: renda, mercado de trabalho, acesso ao mundo digital, à posse de bens duráveis e à ascensão social.

Só para se ter uma idéia do que isto significa: na camada da população onde estão os 10% mais ricos, 90% são brancos e somente 10% são negros. Já na camada da população onde se situam os 90% mais pobres, 70% são negros e 30% são brancos.

No mercado de trabalho, existem áreas fechadas ao trabalhador negro, mesmo que ele tenha competência para exercer a atividade afim: shoppings, restaurantes, hotéis de luxo, companhias aéreas. Os motivos, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, são o preconceito e a necessidade de satisfazer os clientes.

Roberto Martins, presidente do Ipea, afirma ainda que, "a desigualdade foi visivelmente e historicamente construída no Brasil. Ela não vai sumir por acaso. É fundamental reconhecer que as pessoas não são iguais e que é dever do Estado e da sociedade superar as desigualdades promovendo políticas efetivas de igualdade."

Responder ao Censo Racial do Serviço Público Federal é o primeiro passo de cada servidor para que o Governo busque a igualdade e a justiça social, servindo de exemplo para que ações de igual importância também ocorram em nível estadual, municipal e na sociedade como um todo.