Detalhar o funcionamento do VLibras e saber como a comunidade surda e os grupos que trabalham com a língua de sinais podem auxiliar para aprimorar a ferramenta. Estes foram os principais objetivos das oficinas técnicas realizadas hoje (6) na Escola Nacional de Administração Pública (Enap). O ciclo de capacitação, promovido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), dá continuidade a agenda do governo em promover a acessibilidade digital às pessoas com deficiência auditiva, que correspondem a cerca de 9,5 milhões de pessoas no Brasil.

A Suíte Vlibras é um conjunto de softwares públicos, desenvolvidos totalmente em código aberto. As soluções contribuem para reduzir as barreiras de comunicação e promovem o acesso de pessoas surdas a conteúdos digitais em computadores e dispositivos móveis. As ferramentas traduzem o português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Para a professora da Universidade de Brasília (UNB), Patricia Tuxi, a oficina foi importante por marcar um momento de união entre as associações de surdos, os pesquisadores que estudam Libras e a equipe de desenvolvimento do VLibras para debater melhorias nos softwares. Patricia ressaltou a necessidade destes grupos atuarem na evolução da ferramenta, mas sempre com críticas positivas. 

“O VLibras é para eles. O primeiro passo já foi dado. Agora a equipe tem que trabalhar nas melhorias a partir do olhar da comunidade surda, que sempre será o olhar principal para organizar esta estrutura”, afirmou a professora. 

A mestre em linguística e usuária do software, Maria de Fátima Félix, se mostrou bastante entusiasmada com a ferramenta. Para ela, a solução está ótima, mas é preciso trabalhar no desenvolvimento das expressões do Ícaro, o avatar dos aplicativos. “O VLibras está no início, não há como dar uma opinião concreta, mas a iniciativa de permitir que nós, surdos, tenhamos maior acesso a conteúdos da web é excelente”, declarou. 

Já o conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), Filipe Correia, acredita no potencial da ferramenta, “Nenhum projeto nasce 100%. E estamos aqui para contribuir, sugerir melhorias e alcançar o objetivo desejado”, concluiu. 

A solução pode ser baixada gratuitamente no Portal do Software Público Brasileiro (SPB), Google Play e Apple Store.