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Estatais executam R$ 17,5 bilhões de investimentos no semestre
Brasília, 1/8/2007 As estatais federais executaram, no primeiro semestre de 2007, R$ 17,5 bilhões da dotação do Orçamento de Investimentos, ou 35,3% do total previsto para o ano que é de R$ 49,7 bilhões. A informação está na Portaria Nº 12, de 30/07/07, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 01.08.07.
A portaria traz o Relatório de execução do Orçamento de Investimento das Empresas Estatais relativa ao bimestre maio/junho de 2007, além da execução da política de aplicação de recursos das agências financeiras oficiais de fomento.
De acordo com o relatório do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais DEST, o valor executado pelas empresas federais foi 33% maior quando comparado ao mesmo período do ano passado, de R$ 13,2 bilhões. Do total de R$ 17,5 bilhões executado no bimestre maio/junho, 95% foram destinados a projetos na área de energia elétrica e petróleo e 70% foram financiados com recursos próprios.
Já as agências financeiras de fomento (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste) aplicaram em empréstimos no mesmo período cerca de R$ 205 bilhões. Desse montante, 75% foram destinados a financiamentos concedidos às micro (R$ 99,7 bilhões), pequenas (R$ 40,5 bilhões) e médias empresas (R$ 12,5 bilhões).
Entrevista com o Diretor do Dest, Eduardo Scaletsky, sobre o relatório do Dest.
Qual é a sua avaliação sobre a execução do Orçamento de Investimento das Estatais no primeiro semestre de 2007?
Eduardo Scaletsky - O investimento no primeiro semestre de 2007 foi muito bom. Tanto das estatais do setor produtivo quanto das instituições financeiras. Comparando com o mesmo período do ano anterior, houve uma evolução significativa. No primeiro semestre de 2006 a execução foi de 33% do programado para o ano e neste ano está na casa dos 36%.
O que explica essa melhora no desempenho?
Eduardo Scaletsky - Em parte isso está relacionado com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento PAC que tem provocado, de fato, uma aceleração nos investimentos das empresas estatais, notadamente nos setores de petróleo e energia elétrica. Importa ressaltar que o desempenho melhor não se restringe apenas aos investimentos, mas também a situação econômico-financeira das empresas.
O que isso representa em relação à programação do ano?
Eduardo Scaletsky Estão programados investimentos na ordem de R$ 50 bilhões. Seguindo este ritmo de execução, se estima uma realização em torno de R$ 45 bilhões.
Normalmente a execução no primeiro semestre é menor do que a execução no segundo. Por que isso?
Eduardo Scaletsky As empresas estatais refletem um pouco o que acontece na economia como um todo. É normal que haja um aquecimento no segundo semestre, como ocorreu nos anos anteriores. No final deste ano, nós teremos um resultado melhor do que os apresentados nos anos anteriores, tanto em termos relativos de execução, quanto em termos de valores absolutos.
Como está a execução do PAC nas Estatais?
Eduardo Scaletsky - A execução está boa. As estatais têm uma participação importante no setor de energia, daí as grandes empresas como Petrobrás e Eletrobrás apresentarem um desempenho bastante satisfatório. A Petrobrás, neste ano, já realizou 40% do programado. No ano passado, no mesmo período, ela havia realizado 36%. Isso representa uma evolução significativa.
Quanto às demais, a expectativa é de que, no segundo semestre, especialmente o grupo Eletrobrás, passem também a acelerar os seus investimentos.
Quais foram os setores que tiveram melhor desempenho?
Eduardo Scaletsky - O setor de energia, que envolve também o petróleo com certeza é o campeão de desempenho. Os investimentos na área portuária estão começando a deslanchar, na medida em que estão sendo resolvidos alguns problemas de natureza ambiental, que estavam entravando um pouco a execução.
Como analisa o fato de que 70% dos investimentos foram feitos com recursos próprios das empresas estatais?
Eduardo Scaletsky Isso mostra a saúde financeira do setor estatal hoje no Brasil, ou seja, quando se fala que 70% dos investimentos são feitos com recursos próprios, está sendo dito que o endividamento dessas empresas é muito baixo, bem abaixo das médias históricas. Isso revela a capacidade de realização com recursos que não dependem nem do orçamento fiscal, nem de endividamento junto a instituições financeiras.