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Mundial de Futebol para Cegos, no Rio, terá bolas de guizo brasileiras

publicado:  26/09/2002 15h12, última modificação:  01/03/2016 20h24

Brasília, 26/09/2002 - O III Mundial de Futebol para Cegos, que se realizará de 31 de novembro a 8 de dezembro, no Rio de Janeiro, será o primeiro evento internacional a utilizar bolas de guizo brasileiras, fabricadas pelo Projeto "Pintando a Liberdade", do Governo Federal. A iniciativa faz parte de um amplo "Acordo de Cooperação de Esporte" oficializado no dia 3 de setembro pela Secretaria Nacional de Esporte do Ministério do Esporte e Turismo e a Federação Internacional de Futebol para Cegos - IBSA.

Com base no compromisso, firmado por três anos, o Pintando a Liberdade, projeto que envolve o trabalho de presidiários, estará acrescentando à sua produção anual de 10 mil bolas de guizo mais duas mil unidades destinadas ao dia-a-dia do desporto para cegos em cerca de cem países.

Além do III Mundial de Futebol de Cegos, as bolas de guizos brasileiras também estarão presentes nas Paraolimpíadas de Atenas em 2004, o que comprova a qualidade do produto nacional.

As seleções de futebol, participantes do evento que se realizará no Rio de Janeiro no final do ano, deverão atuar em cerca de 40 jogos utilizando entre 80 e 100 bolas de guizo concedidas pelo Governo brasileiro.

Esta é a segunda vez que o Brasil sedia os jogos. Anteriormente, ocorreram disputas em Paulina, interior de São Paulo e na Espanha. As competições no Rio deverão reunir aproximadamente 90 atletas de países como Argentina, Paraguai, Coréia, Colômbia, Espanha, França, Inglaterra e Grécia. A seleção brasileira, além do título de bicampeã, orgulha-se de contar com o melhor jogador cego do mundo, Mizael Conrado.

A equipe nacional composta por dez atletas entre titulares e reservas é filiada à Associação Brasileira de Desportos para Cegos - ABDC, que congrega 1.500 cegos de todo o país - 40% desse contingente são jogadores de futebol de salão.

MELHOR BOLA - Segundo o coordenador do Projeto Pintando a Liberdade em Curitiba, Roberto do Canto, a prática esportiva para os atletas cegos além de viável representa hoje garantia de melhor desempenho: "A bola de guizo brasileira - que é produzida pelo Projeto Pintando a Liberdade somente na Prisão Provisória de Curitiba, no Paraná - consegue ser superior à da Espanha em preço e qualidade".

Ele explica que cada artefato possui seis guizos em seu interior, distribuídos de forma balanceada acompanhando a curvatura da bola, que é um pouco mais pesada que a oficial do futsal. Apesar deste detalhe, do Canto observa que o material a ser fornecido ao IBSA não lembra em nada a bola de guizo do passado, feita de chapinha de metal amarrado no lado de fora da bola.

PROGRAMA - O Pintando a Liberdade é um dos mais atuantes projetos governamentais do conjunto de programas sociais do Avança Brasil, coordenado pelo Ministério do Planejamento. Atua no âmbito do complexo penitenciário do país, com implementação já consolidada em todos os Estados da Federação.

Nele, presidiários trabalham na confecção de bolas, redes, uniformes e outros materiais esportivos, incentivando sua ressocialização ao permitir a redução de um dia de pena a cada três dias trabalhados. No caso da Prisão de Curitiba, a produção dos detentos beneficia um milhão de crianças carentes do Estado, porque a sua produção é distribuída na rede escolar e assistencial do Paraná.