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Investimentos em infra-estrutura melhoram o desenvolvimento econômico

publicado:  27/04/2005 09h00, última modificação:  01/03/2016 20h23

Brasília, 27/4/2005 - O desenvolvimento econômico de um país muitas vezes é afetado pela falta de expansão e manutenção da qualidade da malha viária. Para se reverter essa situação, é necessário que haja um aporte maior de recursos na área de infra-estrutura. A observação foi feita na manhã de hoje pelo especialista sênior em Infra-Estrutura do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Juan Benavides, no seminário internacional "Melhoria da Qualidade dos Investimentos Públicos e Parcerias Público-Privadas.

Benavides lembrou que os investimentos em infra-estrutura no Brasil são marcados por um lento desembolso de recursos, o que dificulta a realização de projetos, sobretudo na área de transportes. Ele se referiu à dimensão territorial do país como um dos obstáculos para o avanço da integração viária. "O Brasil está longe de ser fisicamente integrado. Há um gasto insuficiente em infra-estrutura", esclareceu, lembrando ainda as implicações do custo-Brasil.

O especialista explicou que a adoção das Parcerias Público-Privadas na execução de projetos desse porte é uma das soluções. Ele exemplificou sua exposição ao descrever o programa de US$ 300 milhões existente entre Santa Catarina e o banco para o setor de transporte, o que permitiu redução dos custos e aumento da segurança em transporte, além da expansão do acesso dos usuários a outras áreas do estado. "Existe um histórico de parceria entre o BID e o estado. Há um estabelecimento institucional real".

A experiência do BID com o Brasil na área de transportes, no entanto, revela que existem incentivos desencontrados entre a manutenção da rede federal e estadual. "O que vimos é um efeito dominó. Onde falta na federal atinge com danos a estadual".

Benavides disse que, no curtíssimo prazo, é preciso que hajam medidas que se reforcem mutuamente. "Deve haver programação fiscal efetiva e avanços institucionais que possam se consolidar, que se sustentem ao longo do tempo", frisou. Ele explicou que a qualidade do projeto, contudo, é reforçada por vários fatores. "No caso de Santa Catarina, os fatores que facilitaram é que havia um grupo de pessoas interessadas em exportar e que, para isso, precisavam de rodovias de qualidade".

Os projetos que não têm finalização, aos quais ele denominou de elefantes brancos, são resultado de falta de planejamento setorial. "São reflexos de redistribuições ineficientes", afirmou. "Os resultados, porém, não surgirão da noite para o dia".

O seminário é uma realização do Ministério do Planejamento, Ministério da Fazenda e Fundo Monetário Internacional (FMI).