Brasília, 25/09/2002 -O Governo Federal começa a utilizar uma nova metodologia para reduzir os custos dos projetos de valor mais elevado, seja na área social, de meio-ambiente, infra-estrutura e até na administrativa, garantindo os mesmos resultados para os empreendimentos com relevante redução de custos em sua implantação, que pode chegar a 30% ou mais do valor total.

É o Processo de Otimização de Projetos, que aplica uma metodologia denominada "Economicidade", desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, a partir do sucesso alcançado no exterior pela técnica de Análise de Valor, que vem sendo trabalhada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão desde 1999.

"Estamos em um cenário de recursos fiscais escassos e temos que incorporar novas estratégias, novos métodos e novas práticas para que se consiga o máximo de eficiência em cada Real gasto. Para isto, já estamos preparando a introdução de processos voltados para a redução de custos e para a melhoria dos projetos conduzidos pela administração pública," afirma o Secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, José Paulo Silveira.

"Esta não é uma metodologia simples, por isso tivemos que desenvolver um processo de aprendizado que levou cerca de três anos. Agora estamos no ponto de passar a aplicá-la com segurança em projetos e atividades de qualquer área," complementa Silveira.

OBRIGATÓRIA - A Análise de Valor foi desenvolvida nos Estados Unidos para buscar reduções de custo em projetos de engenharia. Naquele país, é utilizada obrigatoriamente, por lei, em projetos rodoviários com valor acima de 25 milhões de dólares.

Assim como a Análise de Valor, o Processo de Otimização de Projetos exige o trabalho intenso de técnicos que se dedicam à reavaliação dos fundamentos e critérios do projeto, na busca de soluções criativas, mais econômicas e de melhores resultados para o empreendimento.

No Brasil, os processos de otimização de projetos já foram utilizados pela Petrobrás e por algumas outras empresas estatais e privadas, com resultados extraordinários, afirma o Secretário José Paulo Silveira. Mais recentemente, a Infraero aplicou a metodologia da FGV ao projeto de ampliação do aeroporto de Guarulhos, obtendo uma redução de até 40% no orçamento da obra.

CORREDOR MERCOSUL - A Secretaria está coordenando a implantação do novo processo no projeto de duplicação da Segunda Etapa da Rodovia BR-101, no trecho entre Palhoça/SC e Osório/RS (Corredor Mercosul). O projeto está atualmente orçado em 1,1 bilhão de dólares e a expectativa é de que, ao se utilizar esta metodologia, seja possível obter reduções consideráveis do custo total da obra.

De acordo com dados da FGV, os benefícios de redução de custos podem atingir percentuais relevantes do orçamento inicial, observando-se que, em diversos projetos submetidos ao mesmo processo, ocorreu uma média de redução de custos superior a 30%.

O trabalho está sendo desenvolvido por técnicos dos Ministérios do Planejamento e dos Transportes de Brasília, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, da Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo e do Ibama, entre outros. O Grupo de Otimização do Projeto tem 135 dias para apresentar os resultados com sugestões para a redução dos custos, o que deve ocorrer na segunda quinzena de novembro.