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Futuro dos países da AL está na Integração da Região

publicado:  07/12/2005 08h00, última modificação:  01/03/2016 20h23

Brasília, 7/12/2005 - O vice-governador do Mato Grosso do Sul, Egon Krakhecke, e o secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Ariel Pares, abriram nesta quarta-feira (07.12.05) a Oficina Regional de Campo Grande da Primeira Rodada de Consultas para construção de uma visão estratégica das entidades locais sobre o projeto da Iniciativa para a Integração Regional Sul-americana – IIRSA.

Durante o evento Ariel Pares destacou que a maturidade política da IIRSA levou à necessidade da sociedade discutir os caminhos que o projeto tem para seguir: “Chegou a hora de um debate amplo com a sociedade, com a academia, com o setor privado, enfim, com a populações envolvidas nos 12 países para que o projeto tenha a cara dessas nações e de suas comunidades”.

Ariel acrescentou que o crescimento do país depende do desenvolvimento dos países vizinhos para obtermos escala e competitividade em nível mundial: “Nosso destino não é mais o destino de um país isoladamente, mas vinculado a um destino comum, onde o futuro de um país dependerá, progressivamente, do fortalecimento do Continente Sul Americano”.

Durante sua fala de abertura, o vice-governador do Mato Grosso do Sul, Egon Krakhecke ressaltou que os temas fronteiriços e transfronteiriços e das rotas transoceânicas sempre estiveram nas prioridades do governo do Estado e que agora eles ganham uma dimensão maior.

“É um tema que transcende a integração da infra-estrutura e que traz o desenvolvimento integrado como questão relevante que merece um grande debate. É necessário construirmos um grande bloco para defender os interesses dos países desta região. Temos que fazer a integração na ordem internacional dentro da ótica da soberania e não da submissão, pois estamos atrasados em relação a outras regiões do globo”, disse o vice-governador.

O evento, que teve mais de 60 participantes, contou ainda com a presença de representantes do governo federal, de governos estaduais do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, de governos municipais, do setor industrial, de organizações ambientalistas e das universidades federais, estaduais e particulares da região.

Na apresentação do projeto da IIRSA, para subsidiar as discussões na Consulta, o secretário Ariel Pares falou sobre as características dos eixos Peru – Brasil – Bolívia, Capricórnio e Interoceânico Central e de suas relações com as regiões participantes da reunião. Ariel destacou também o mercado potencial que existe entre as regiões dos eixos citados.

As informações do secretário foram confirmadas pelo representante da Federação das indústrias do Estado do Mato Grosso, Serafim Melo, que acrescentou outros dados sobre o potencial de comércio do vizinho Estado de Mato Grosso com os países andinos.

O representante da ONG ambientalista Ecoa, Alcides Faria, afirmou ser favorável à integração sul-americana nos moldes propostos pelo governo federal, no entanto, ele acrescentou que é preciso ter cuidado com a questão ambiental para que a integração seja feita de forma sustentável.

A IIRSA e as Consultas

Dentro dessa primeira rodada no Brasil, foi realizado um seminário nacional, no dia 23 de novembro, no Rio de Janeiro e serão realizadas 3 oficinas regionais, a primeira em Campo Grande e as demais em Foz do Iguaçu - PR e Manaus - AM.

A IIRSA surgiu a partir da experiência brasileira de planejamento territorial, conhecida como Estudo dos Eixos, realizada pelo Ministério do Planejamento e BNDES no ano 2000, que projetava o país a partir de eixos de integração nacional.

Esse estudo incentivou e mobilizou os países sul-americanos a elaborar trabalho semelhante para a integração física de suas infra-estruturas, analisando a região numa lógica geo-econômica e não apenas geopolítica.

Estão envolvidos no projeto três instituições financeiras multilaterais: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Corporação Andina de Fomento (CAF) e Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA), além do BNDES e do setor privado.

Desde a sua criação, já houve três reuniões de presidentes da América do Sul, sendo a primeira em setembro de 2002, em Brasília, a segunda em Guayaquil, em julho de 2002, e a terceira em Cuzco, em dezembro de 2004.

Os resultados já alcançados demonstram a maturidade institucional da região que, apesar das mudanças de governo, mantém a integração física sul-americana no topo da agenda política dos 12 países da região.

No âmbito da IIRSA, foi realizado um estudo que apontou 10 Eixos de Integração e Desenvolvimento, que são: Andino, Amazonas, Peru-Brasil-Bolívia, Capricórnio, Escudo Guianês, Andino do Sul, Interoceânico Central, Mercosul-Chile, Hidrovia Paraná-Paraguai e Sul.

A partir dos Eixos, foi elaborada uma carteira de mais de 300 projetos de integração que resultaram, depois de várias rodadas técnicas, em 31 projetos estratégicos que está sendo chamada de Agenda de Implementação Consensuada 2005-2010, que envolvem recursos da ordem de US$ 5,8 bilhões.

A agenda foi resultado de um processo de planejamento que se construiu nos anos de 2001, 2002 e 2003 e reiterada pelos chefes de Estado da região na reunião de Cuzco, em dezembro de 2004.