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Bernardo discute em Madri ampliação do capital do BID
Brasília, 9/10/2009 - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reconheceu em Madri a necessidade de ampliação de capital do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para financiar os países da América Latina e do Caribe.
Na capital espanhola até esta sexta-feira para participar de uma Assembleia de Governadores do BID, Paulo Bernardo apresentou à direção do Banco, junto com outros governadores, as propostas de nova injeção de capital. Uma pequena discussão de estudos foi formada para definir o quanto de fato o BID receberá para a sua capitalização. Como não houve consenso, a decisão ficará para o começo de 2010. As propostas variam de US$ 100 a US$ 180 milhões a mais de capital.
“Nós vamos ter aqui a definição de um calendário com uma indicação de que temos que aprovar o aumento de capital. O BID hoje tem um capital de US$ 100 bilhões. As propostas que temos aqui vão aumentar mais US$ 180 milhões, declarou o ministro.
Segundo Bernardo, a proposta enfrenta a oposição de um grupo formado por Estados Unidos, Japão e Alemanha. A intenção do grupo que defende a recapitalização é garantir os empréstimos recebidos de países da América, Europa e Ásia. Mas, diante da falta de consenso, a decisão ficará para o começo de 2010.
“O principal argumento é que esses países têm solicitações de várias instituições multilaterais. Banco Mundial, FMI e BID têm que colocar tanto no Banco Mundial, tanto no BID e tanto no FMI. Então, vamos fazer uma discussão só. Até porque, eles têm que negociar isso com o Congresso Americano, acrescentou.
Paulo Bernardo afirmou também que o governo não fez exigências específicas de dinheiro ao BID nem ao Banco Mundial, mas reconheceu que estados como São Paulo, Bahia e Rio, além do setor privado, precisam de recursos para financiar infraestrutura.
"Para nós, a capitalização (do BID) seria muito importante porque permitiria atender essas necessidades", destacou.
De acordo com o ministro, por causa dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro precisará de grandes investimentos em infraestrutura, hotelelaria, obras viárias, transporte coletivo e no tratamento de água e esgoto.
O ministro destacou ainda a preocupação do país com o desenvolvimento sustentável, lembrando a necessidade de proteger a Amazônia, o Pantanal e outras regiões consideradas frágeis ambientalmente.
"Trata-se de uma preocupação muito grande porque temos a maior biodiversidade do planeta, não há nenhum país com o volume de florestas protegidas que tem Brasil", completou.