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Pesquisa: brasileiros estão satisfeitos com serviços de e-Gov
São Paulo, 1/12/2010 – A maioria dos cidadãos e empresas brasileiras aprova os serviços de Governo Eletrônico (e-Gov) disponíveis em sítios e portais da Administração Pública das três esferas. Pelo menos 91% dos usuários dizem estar satisfeitos ou muito satisfeitos em relação às ferramentas governamentais existentes na internet.
Essa é uma das conclusões da primeira pesquisa feita no Brasil sobre o uso das tecnologias da informação em serviços de governo, divulgada nesta quarta-feira pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento (SLTI/MP).
O objetivo do levantamento, que levou em conta critérios quantitativos e qualitativos, é produzir indicadores que possam auxiliar os órgãos públicos no planejamento de serviços de e-Gov oferecidos à população.
“Com esse diagnóstico inédito poderemos verificar se está havendo ou não uma sintonia entre o que o governo cria e o que a sociedade exige de serviços na rede, explica a secretária da SLTI, Glória Guimarães.
A pesquisa considera como usuários aqueles que acessaram alguma aplicação virtual do governo nos últimos 12 meses. Já o não-usuário é o que nunca utilizou esse tipo de mecanismo. O estudo ouviu 3 mil pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do país.
A amostra levou em consideração a diversidade regional, classe social, renda familiar, grau de instrução, faixa etária, sexo e situação de emprego das pessoas.
Também foram realizadas 647 entrevistas com empresas de todos os portes, dos setores da industria de transformação, construção civil, comércio, agrícola e serviços.
Foram abordados aspectos como o uso dos serviços públicos na internet, visão sobre o e-Gov, dificuldades encontradas e comunicação com o governo.
Números
Embora propensos a usar serviços na rede digital, o levantamento mostra que 60% dos cidadãos dizem que a principal forma de acesso aos serviços públicos ainda é a presencial.
No entanto, quando utilizam a tecnologia, 35% preferem a internet, superando o telefone, com 8% dos entrevistados. Já entre as empresas, a internet predomina como canal preferido para uso dos produtos públicos, com 79%.
O estudo sugere que os sistemas de e-Gov nos portais devem ser simples, intuitivos e até mesmo lúdicos para chamar a atenção do cidadão que tem pouca familiaridade com a internet. A SLTI entende que o efetivo uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) tem papel fundamental nesse processo.
“No caso do governo federal, estamos trabalhando para melhorar cada vez mais as aplicações nos meios digitais, até porque muitos serviços passaram a ser feitos pela internet, de forma mais rápida e eficiente, assegura Glória Guimarães.
O potencial de crescimento efetivo do e-Gov no Brasil é promissor: mais da metade da população (56% dos entrevistados) disseram que escolheriam a internet para acessar serviços de governo na próxima vez que tiver necessidade.
Outros 60% declaram-se propensos a indicar esse tipo de uso para suas redes de contato. O estudo também aponta que 90% dos cidadãos acessam mais a rede mundial para se informarem sobre os serviços públicos que para realizar algum tipo de transação.
A avaliação de sites governamentais também indica um alto índice de satisfação. Em relação à navegabilidade, 80% concordam que os serviços são fáceis de encontrar. Os mecanismos de busca atualmente disponíveis, como o Google, ajudam nessa análise.
Cerca de 82% dizem, ainda, que os conteúdos são relevantes e atendem às suas necessidades, embora cerca de 60% critiquem a demora no carregamento das páginas e 27% dizem haver excesso de informação nas páginas iniciais.
Quando perguntados sobre que aspectos o governo deveria levar em conta na construção dos sites, 62% responderam a clareza da linguagem, sem o uso de siglas desconhecidas, como mais importantes. Para a SLTI, com essas estatísticas é possível desenvolver aplicações mais condizentes com a realidade no Brasil, o que trará conseqüentemente mais modernidade para a Administração e maior conveniência para a sociedade.
No que se refere à segurança da informação, 39% dos entrevistados disseram que a preocupação com a proteção de seus dados é um dos fatores que limitam o seu acesso aos serviços de e-Gov.
Para a pesquisa, isso deixa claro que existe um desconhecimento geral sobre as questões de segurança na internet, resultando em um sentimento de desconfiança e medo em relação ao uso da ferramenta.
Panorama
O governo tem adotado, nos últimos anos, as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em todos os níveis da Administração Pública, modernizando e aprimorando a qualidade na prestação de serviços públicos.
Para a SLTI, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) ajudará a ampliar esse atendimento. Até agora já foram mapeados serviços disponíveis nos 100 primeiros municípios que serão beneficiados pelo plano. Também faz parte do projeto o desenvolvimento de ações voltadas aos serviços administrados pelas prefeituras e à sofisticação tecnológica dos sistemas.
“Com a continuidade dessa pesquisa nos próximos anos, será possível monitorar a evolução do governo eletrônico e criar séries históricas que definam tendências e permitam comparações num contexto nacional e internacional, diz o coordenador do Cetic.Br, Alexandre Barbosa, ao calcular que a quantidade de internautas no país saltou de 30,5 milhões em 2005, para 58,5 milhões em 2009.