Você está aqui: Página Inicial > Assuntos > Tecnologia da Informação > Notícias > Especialistas defendem reaproveitamento do lixo tecnológico

Notícias

Especialistas defendem reaproveitamento do lixo tecnológico

publicado:  16/04/2015 18h19, última modificação:  16/04/2015 18h19

Brasília, 6/11/2008 -

A experiência do Centro de Recondicionamento de Computadores do Distrito Federal (CRC-Gama) na redução do lixo eletrônico e na sua reutilização foi apresentada nesta quarta-feira durante a 7ª Oficina para Inclusão Digital.

O Centro integra o Projeto Computadores para Inclusão (www.computadoresparainclusao.gov.br), coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento. A unidade foi inaugurada pelo presidente Lula em abril do ano passado.

O CRC do Gama já doou 2.580 computadores e 200 impressoras, além de outros itens de informática, a 182 projetos de inclusão digital. Segundo a gerente do CRC-Gama, Zélia Victorino, a iniciativa contribui para a redução da exclusão digital e do lixo eletrônico, além de gerar renda para as cooperativas de reciclagem para as quais são encaminhados os materiais não tóxicos não aproveitados pelo projeto. Os materiais tóxicos, conforme Zélia, são destinados à empresas especializadas.

O Projeto Computadores para Inclusão forma uma rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática usados que são recondicionados por jovens em formação profissionalizante. 

Além do Gama, também estão instalados CRCs em Guarulhos, Porto Alegre e Belo Horizonte que juntos já doaram doaram 6.354 computadores a 502 iniciativas de inclusão digital entre escolas, bibliotecas e telecentros. Cerca de 387 jovens estão em formação nesses locais, além de 684 jovens já formados.

O debate sobre lixo tecnológico teve seqüência com a palestra do pesquisador em resíduos eletroeletrônicos da Universidade do Arizona (EUA), Ramzy Kahhat Abedrabbo, que defendeu a existência de uma regulamentação para o descarte do lixo tecnológico.

Esse processo, na sua opinião, deve ser adequado à realidade de cada país, e contemplar desde o desenho adequado do componente eletrônico até a correta reutilização do equipamento. Conforme Abedrabbo,  na década de 80 o tempo de vida útil de um computador, em média, era de cerca de 13 anos, enquanto que atualmente é de apenas três anos.

A pesquisadora Uca Silva, responsável pela Plataforma RELAC/Sur Corporación (Chile), defendeu, por sua vez, que os grandes fabricantes de computadores sejam responsabilizados pelo destino final dos equipamentos.

A Plataforma RELAC é um projeto associativo, sem fins lucrativos, que visa articular e difundir iniciativas que promovam soluções para a adequada gestão e o correto tratamento final dos resíduos eletrônicos na América do Sul e Caribe.

Esse, segundo o gerente de ambiente urbano do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Bandini, é o propósito do Projeto de Lei nº 1.991/2007 que institui a política nacional de resíduos sólidos <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/projetos/PL/2007/msg673-070906.htm>, encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional no final do ano passado. O projeto define responsabilidades sobre a geração de resíduos de todos os tipos, e o papel de fabricantes, distribuidores, consumidores e gestores públicos em todo o ciclo de vida dos produtos.