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Bahia ganha Centro de Recondicionamento de Computadores
Brasília, 26/01/2009 - O Projeto Computadores para Inclusão (Projeto CI) do Governo Federal vai implantar no município de Lauro Freitas, na região metropolitana de Salvador, o primeiro Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) na Região Nordeste do País.
A iniciativa será viabilizada por meio de um convênio já assinado entre o Ministério do Planejamento e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI).
O Governo Federal vai repassar R$ 400 mil ao Estado da Bahia para a adequação do espaço físico destinado ao Centro, formação profissional, transporte de equipamentos, entre outros. Como contrapartida, o Estado vai investir R$ 100 mil na manutenção e operação do CRC e na formação dos jovens bolsistas. O convênio vale até dezembro de 2009.
O CRC será implantado em um espaço cedido pela Prefeitura de Lauro de Freitas e será inserido à estrutura do Programa Cidadania Digital, coordenado pelo Governo do Estado, e que está implantando Centros Digitais de Cidadania em municípios baianos.
O Centro pretende beneficiar até o final do ano cerca de 60 jovens em situação de vulnerabilidade social. Os bolsistas vão receber formação na recuperação de computadores e, ao final do curso, estarão aptos a atuar no mercado de trabalho.
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia vai ainda estabelecer parcerias com a Prefeitura de Lauro Freitas e com Instituição Não-Governal Aldeias Infantis SOS devido à sua experiência no desenvolvimento de projetos sociais, além de participarem do Programa Cidadania Digital.
Ainda este ano também deve entrar em funcionamento um Centro de Recondicionamento de Computadores do Projeto CI na cidade de Belém. Para isso, o Ministério do Planejamento assinou um convênio com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect) para a instalação de uma unidade do projeto na capital paraense. O Governo Federal vai repassar R$ 400 mil ao Estado que dará uma contrapartida de R$ 100 mil.
Projeto CI
O Projeto Computadores para Inclusão consiste numa rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática, formação profissional e inclusão digital. Equipamentos descartados por órgãos do governo, empresas e pessoas físicas são recuperados nesses centros e doados a telecentros, escolas e bibliotecas de todo o país.
O projeto é coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento que estabelece parcerias locais para a manutenção e funcionamento das unidades de recondicionamento. Já foram implantados centros nas cidades de Porto Alegre, Guarulhos, Gama (DF) e Belo Horizonte.
Informações sobre como doar ou receber equipamentos já recuperados pelo Projeto CI estão disponíveis em www.computadoresparainclusao.gov.br.
Confira a entrevista com o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, Ildes Ferreira, sobre a implantação do Projeto CI no Estado:
Ministério do Planejamento - Qual a importância do Estado da Bahia integrar-se à rede nacional de recondicionamento de computadores, o Projeto Computadores para Inclusão, coordenada pelo Ministério do Planejamento?
Ildes Ferreira - É fundamental para a Bahia fazer parte desta rede por uma série de motivos. Primeiro, com o recondicionamento de computadores, evitamos que toneladas de componentes de equipamentos de informática acabem em aterros sanitários - o chamado lixo tecnológico - o que aumenta o problema da gestão dos resíduos sólidos. Ao dar uma finalidade nobre a equipamentos que seriam descartados, contribuímos para reduzir o volume de lixo que precisa de destinação final, especialmente nos grandes centros urbanos. Além dos benefícios ao meio-ambiente, temos um ganho substancial ao poder ter a custo quase zero equipamentos para contribuir no processo de inclusão sociodigital. Há ainda a possibilidade de servir como instrumento para geração de renda para grupos de jovens da capital e interior. Vamos receber as doações de máquinas fora de uso - o que se constitui num problema também para as empresas que não sabem o que fazer quando o equipamento se torna imprestável - que serão recondicionadas e distribuídas a parceiros interessados em fomentar a democratização das ferramentas de informática. Isso ao lado do nosso programa de inclusão sociodigital, chamado Cidadania Digital, será um instrumento forte para que os baianos tenham acesso ao mundo digital.
MP - Qual a relevância desse projeto para a inclusão digital do Estado?
IF - Hoje, temos a alegria de gerir o maior programa público de inclusão digital do país, que está perto de 700 Centros Digitais de Cidadania. Até março, vamos ter pelo menos uma unidade em cada um dos 417 municípios baianos e até o meio do ano vamos ter passado do milésimo Centro Digital de Cidadania (CDC). Ter aliado a este programa, que já está consolidado, um centro que vai recondicionar e distribuir computadores é a garantia de que vamos combater a exclusão digital por diversas frentes. Vemos este programa como um braço do nosso programa de inclusão sociodigital, para diversificar as ações de combate à exclusão digital. Vamos ter, de um lado, uma rede forte e atuante de CDCs e de outro computadores recondicionados que serão distribuídos a parceiros que precisam de computadores para estimular a cidadania. Além de todos os outros dados que já citei. Assim, vamos ter um reforço importante neste trabalho de incluir os baianos digitalmente.
MP - Quando o CRC deve entrar em operação?
IF - O convênio já foi assinado com o Ministério do Planejamento. Os recursos deverão ser liberados em fevereiro. A partir de então, depois de supridas as questões técnico-burocráticas, partiremos para a execução do projeto. A previsão é de entrar em operação nos próximos 120 dias.
MP - Os CRCs sempre são instalados em regiões periféricas de capitais brasileiras visando atender a jovens em situação de vulnerabilidade social. Esse é o caso do Município de Lauro Freitas?
IF - É também o caso da Bahia. O projeto estará sediado em Lauro de Freitas, um dos municípios da Região Metropolitana de Salvador, que tem limite com a capital. É uma cidade de 150 mil habitantes que enfrenta os problemas de grandes centros urbanos, mas atenderá também a grupos de jovens de outros bairros de Salvador. O projeto será implementado em parceria com a ONG Aldeias Infantis SOS que atende justamente jovens em situação de vulnerabilidade social. O projeto atende a dezenas de crianças e jovens que moram na unidade e outros moradores do entorno. Os jovens do programa vão ser capacitados para que possam trabalhar com manutenção em informática, o que dá perspectiva de emprego para eles, com um futuro melhor.