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Projeto de Integração do São Francisco deixará legado científico

Programa incentiva descobertas arqueológicas e paleontológicas e construção de infraestrutura para pesquisadores

publicado:  09/07/2015 15h29, última modificação:  09/07/2015 17h49

Além de garantir segurança hídrica para uma população de 12 milhões de pessoas e 390 municípios do Nordeste brasileiro, o Projeto de Integração do São Francisco (PISF) também deixará um legado científico para a sociedade. Os recursos do projeto estão financiando uma série de descobertas e infraestrutura para pesquisadores na região.

Confira a lista, preparada pelo Ministério da Integração Nacional (MI), das principais instalações e ações desenvolvidas pelo PISF.

Pesquisa Arqueológica

Mais de 80 mil vestígios arqueológicos e paleontológicos foram encontrados durante a execução das obras do PISF. A descoberta mais emblemática até agora foram os ossos de uma preguiça gigante (Eremotherium sp.) associados a vestígios da cultura material do homem pré-histórico.


Foto: Inapas/ Fumdham

O trabalho faz parte do Programa de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos do empreendimento e é conduzido pelo Instituto Nacional de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semiárido (Inapas).

O MI investiu cerca de R$ 80 milhões nesse programa, que integra as condicionantes ambientais estabelecidas dentro do projeto. Além do salvamento, a atividade tem o objetivo de assegurar o registro do patrimônio cultural arqueológico evidenciado durante a implantação da obra.

Os trabalhos em campo são realizados em conjunto com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade Regional do Cariri, que constituem o Inapas. Todos os vestígios são guardados na sede da Fumdham, em São Raimundo Nonato (PI), onde são distribuídos em laboratórios específicos de acordo com a sua natureza.

Sede do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental

Inaugurada em abril, a nova sede do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) está localizada em Petrolina (PE). O edifício foi construído com recursos do projeto de R$ 1,5 milhão.

O prédio sustentável de 750 metros quadrados segue as recomendações de sustentabilidade da Controladoria-Geral da União para novas edificações do governo federal: armazena águas das chuvas, é posicionado de forma a potencializar a ventilação natural e utiliza painéis solares fotovoltaicos para transformar em eletricidade a energia do abundante sol da região.

O local tem finalidade científica. Conta com laboratórios, áreas de exposições, mini-auditório, abriga coleção botânica, gabinete e salas de trabalho para mais de 100 pesquisadores, professores, biólogos, analistas ambientais e demais profissionais.

Centro de Manejo e Monitoramento da Fauna da Caatinga (Cemafauna)

Pertencente à Univasf e localizado em Petrolina (PE), o Centro de Manejo e Monitoramento da Fauna da Caatinga (Cemafauna) possui laboratórios sofisticados com aparelhos para fazer sequenciamento de DNA, clínica veterinária completa, ultrassom e UTI, corredor de vento para aves em recuperação, serpentário e espaço para outros répteis. O local possui um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), referência regional na recuperação de animais selvagens vítimas do tráfico e de acidentes nas estradas.


Foto: Divulgação/Cemafauna

O resgate e a reintegração de animais à vida selvagem é uma das atividades de destaque do Cemafauna. Esse trabalho foi reconhecido, por exemplo, pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) no início deste ano. O livro "Velho Chico - A experiência da Fiscalização Preventiva Integrada na Bahia", organizado pelo órgão, cita o Centro como parceiro no acolhimento de bichos resgatados do tráfico e de cativeiros.

Museu da Fauna da Caatinga

Braço de educação do Cemafauna, o Museu da Fauna da Caatinga abriga rica coleção de animais do bioma. Em junho deste ano, o local passou a fazer parte do cadastro nacional do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), vinculado ao Ministério da Cultura, que tem mais de três mil instituições museológicas registradas.

A coleção do museu inclui espécies que rastejam, andam e voam pelo sertão, inclusive insetos. Os animais passaram pelo processo de taxidermia e podem ser tocados. Deficientes visuais interessados na fauna têm a oportunidade de conhecer as formas e as características de plumagem, corpo, pelos e da pele de anfíbios. Painéis sensíveis ao toque mostram diferentes trechos do PISF e os animais encontrados em cada local.

Cerca de sete mil pessoas já visitaram o museu, entre grupos de estudantes, turma de professores, pesquisadores e turistas que estiveram em Petrolina ou na cidade vizinha Juazeiro (BA).

Com informações do Ministério da Integração Nacional.