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Os desafios da Nova Administração Pública

publicado:  07/04/2015 18h23, última modificação:  07/04/2015 18h23

Brasília, 06/06/2002 - “Precisamos criar instituições para vencer os enormes desafios do país. Construir democracia e instituições públicas é um trabalho constante, que requer perseverança. Com essa frase a Secretária de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Evelyn Levy, resumiu os dois dias de discussão sobre "Capital Humano e Governança - Balanço e Desafios para a Administração Pública, que reuniu em Brasília vários especialistas em recursos humanos, nos dias 4 e 5 de junho.

A consultora e psicóloga Victoria Bloch, atualmente no setor privado, lembrou que nos últimos 15 anos foram quebrados todos os paradigmas das relações de trabalho no Brasil, em função da competitividade, da urgência e da demanda da clientela. Um processo que naturalmente gera tensão.

“Antigamente um funcionário tinha estabilidade. A média de tempo de serviço na empresa privada era de 25 anos, uma espécie de relação eterna, onde a força de trabalho mostrava-se subserviente. A mudança nas relações acarretou perdas, e toda perda é dolorosa. As pessoas querem evoluir, desde que saibam os porquês e para onde vão: ninguém gosta de ser manipulado, analisa ela.

Hélène Gadriot-Renard, da PUMA/OCDE, Serviço de Administração Pública da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, observa que para lidar com as mudanças no serviço público é necessário reunir antigos valores às novas competências.

“Imparcialidade, igualdade, interesse público e ética são valores que não desapareceram. No entanto, novos valores foram acrescentados ao perfil do servidor: trabalho de equipe, flexibilidade, adaptação às novas realidades e tecnologias (principalmente a tecnologia da informação), senso crítico apurado, foco no cliente. É preciso reorganizar estruturas, processos e hierarquia para lidar com desafios como as novas parcerias, e estabelecer novas formas de relacionamento entre governo e cidadão e entre governo e funcionários, acrescenta Hélène Gadriot.

A presidente da Escola Nacional de Administração Pública, Regina Pacheco, resumiu os desafios do setor público brasileiro. “As pessoas ainda têm o conceito de Estado como bom empregador, o que é uma visão bastante paternalista. Mas não pode ser diferente enquanto houver falhas na gestão do recrutamento e das carreiras, enquanto não modificarmos coisas como o regime de aposentadoria, que se tornou mais atrativo do que o próprio período de trabalho no serviço público, diz ela.

Regina Pacheco acredita que os impactos positivos das mudanças na gestão de recursos humanos no Brasil ainda não foram analisados em profundidade. “Estamos lidando com uma mudança de hábitos e comportamentos que traz em seu bojo uma grande herança. Mas todas as experiências relatadas aqui mostram que a nova gestão promove uma melhoria na prestação de serviços.

Para Hélène Gadriot, as respostas aos desafios na gestão de recursos humanos do serviço público são planejamento estratégico, recrutamento imparcial, capacitação e treinamento continuado, salários e recompensas adequadas, incentivos aos servidores e remuneração baseada no desempenho.