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“Gestão sustentável nunca termina”, diz conferencista no Congresso Consad

publicado:  07/04/2015 18h24, última modificação:  07/04/2015 18h24

Brasília, 16/3/2010 - “Gestão pública é como uma casa que nunca fica pronta, disse o professor e pesquisador em Gestão Pública da Universidade Católica de Louvain (Bélgica), Christopher Pollitt, na conferência de abertura do III Congresso Consad de Gestão Pública, ontem à noite, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O conferencista falou sobre “Condições para reformas duradouras de gestão pública.

Christopher Pollitt comentou que, nos últimos 25 anos, tanto os países desenvolvidos quanto os em desenvolvimento “enfrentaram o tsunami chamado reforma da gestão pública e acrescentou que “não há mágicas a fazer nessa área. Ele defende que, apesar de toda a expectativa que gera, a reforma da administração pública é um esforço que não produz resultados a curto prazo e sequer tem um ponto final. “Para dar certo, precisa ser uma ação multidimensional e contínua.

Para Pollitt, seguir modelos de gestão nem sempre é garantia de sucesso. Os conceitos às vezes são vagos ou podem estar movidos pelos interesses de quem vende esses modelos. “Não se pode comprar uma idéia apenas porque parece atraente ou porque deu certo em algum lugar, afirmou.

Ele ressaltou que para se chegar a reformas sustentáveis é necessário desviar desses equívocos, como o entendimento de que as reformas são basicamente técnicas e não políticas. “Podem ser ambas, defendeu.

Segundo Pollitt, outro aspecto que não deixa a administração levar a bom termo as melhorias é recorrer a consultores sem antes apurar quais são de fato os problemas existentes.  Além disso, é equivocado pensar em mudanças estruturais como soluções consistentes e definitivas: “Podem ser um dos componentes da reforma, mas raramente são suficientes em si mesmas.

Seguir conceitos de boa governança, oferecer curso a parcerias e soluções em rede devem ser encarados como etapas do processo. “Não seria muito inteligente acreditar que todas as questões práticas seriam resolvidas desse modo, acrescentou. Outro mito derrubado por Pollitt é das reformas abrangentes: “Nos países que tentaram, o resultado não é estimulante.

Para dar certo, ter uma gestão pública que funcione bem, de acordo o conferencista, será preciso modernizar a burocracia, contar com um sistema político estável que favoreça o diálogo e acordos entre a elite política e a elite do serviço público, dispor de uma gestão forte de recursos humanos, encontrar nos servidores os principais aliados. “É importante construir esse apoio interno, frisou. “Esse pessoal precisa ser envolvido nos processos de debate e de tomada de decisões. Eles sabem sempre muita coisa que o dirigente não sabe e têm contribuições a dar, disse, ao defender o conhecimento local como base para qualquer iniciativa de reforma.