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Fórum Global discute futuro da Internet

publicado:  07/04/2015 18h23, última modificação:  07/04/2015 18h23

Brasília, 31/05/2000 - A Internet foi o tema central de grande parte dos painéis realizados no II Fórum Global sobre Governança, no Hotel Nacional. O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, que fez um pronunciamento em vídeo especialmente para o Fórum, abordou o tema Tecnologia, Crescimento Econômico e Social na Era da Informação. “Novas metodologias de governo podem se beneficiar da tecnologia e trazer luz pública à corrupção. Da mesma forma, a Internet pode ajudar a reduzir a pobreza no mundo ao veicular as vozes e as denúncias dos mais necessitados, afirmou Wolfensohn.

O ex-assessor da Casa Branca e Diretor de Internet da IBM, Michael Nelson, analisou a relação entre governo e governança na Era da Informação, e fez algumas previsões sobre o futuro da rede mundial de computadores. “Haverá uma explosão no uso da Internet, sobretudo por meios que dispensam o fio e o PC. Não só os aparelhos celulares, mas os carros, e até um cachorro, se colocarmos um dispositivo em sua coleira, estarão ligados em rede, vibrou.

Nelson também calculou os ganhos econômicos da web. “Se antes um vendedor gastava de US$ 250 a US$ 400 numa visita de negócios, ele passou a gastar US$ 40 para atender seus clientes por telefone. Com a Internet o custo cai para US$ 40 centavos, exemplificou. Michael Nelson fechou sua palestra defendendo o fim de leis que inviabilizem o que ele chamou de economia eletrônica, e a implementação de governos eletrônicos (e-gov).

Barreira digital – Num tom mais crítico e menos entusiasta, o presidente da consultoria internacional Booz. Allen e Hamilton-Brasil, Maurizio Mauro, falou da superação da barreira digital nos países em desenvolvimento. Para ele, se em três anos vai haver um bilhão de usuários no mundo, quer dizer que existirão cinco bilhões de excluídos da Era digital. “A Inglaterra, por exemplo, que é o país mais avançado da Europa na questão da Internet, ainda é muito inferior aos Estados Unidos. Nas classes A e B, 50% da população está conectada. Mas nas classes D e E só 7% têm acesso à rede, exemplificou.

Maurizio Mauro questionou se as pequenas empresas poderão acompanhar o sistema de comércio eletrônico. No final da apresentação, ele defendeu que os governos abracem as novas tecnologias dando prioridade a políticas que incentivem o acesso à Internet e à capacitação das pessoas.

O coordenador do Programa de Sociedade da Informação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Tadao Takahashi, afirmou que o governo brasileiro está investindo R$ 3,4 bilhões em Tecnologia da Informação no período 2000-2003. “O Brasil vai assumir desafios para regular o setor, com legislação e sistemas de criptografia, além de modernizar empresas com ferramentas de TI, e fazer a alfabetização digital, disse. Tadao acredita no incentivo ao acesso das classes C e D à Internet. “Ligando a rede em bancas de jornal, farmácias e lojas de conveniência, um maior número de consumidores terão acesso, mesmo aqueles sem alfabetização, prevê.

O coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Ivan Moura Campos, falou o Brasil deve se preparar para que qualquer pessoa possa prover serviço de acesso discado ao usuário final, exceto as companhas telefônicas, para evitar abusos. Empolgado com o desempenho do Brasil, Ivan afirmou que o país é o 13º país em número de pontos da rede (mais de 446 mil).