Brasília, 18/07/2005 - “O Brasil, a par da China e da Índia, é referido na Europa como das economias emergentes com mais vitalidade. Está caminhando bem em termos de planejamento a longo prazo”. A opinião é da presidente do Conselho das Ciências Sociais da Comissão Européia, economista Maria João Rodrigues, ex-ministra de Estado em Portugal nos anos 90. A especialista internacional conduziu uma oficina sobre planejamento estratégico de longo prazo na sede da Escola Nacional de Administração Pública, a convite do Projeto EuroBrasil 2000. E, na última sexta-feira (15), falou à imprensa, na Delegação da Comissão Européia em Brasília.

O EuroBrasil 2000 é uma iniciativa de cooperação técnica entre o Ministério do Planejamento e a União Européia em apoio à modernização da administração pública.

Maria João Rodrigues disse que a experiência de participar da oficina na ENAP, junto com altos funcionários do governo brasileiro, também será proveitosa no lado europeu. “Saio daqui direto para Bruxelas com uma série de novas idéias para a experiência européia”, disse ao elogiar o intercâmbio com os colegas brasileiros. Maria João explicou que a Europa vive um momento importante em que todos os países membros vão preparar as suas agendas nacionais de desenvolvimento.

Para a professora Maria João, o Brasil dispõe de padrões técnicos de alto nível para viabilizar estratégias de desenvolvimento de longo prazo. Quanto ao intercâmbio com a Europa para implementar o desafio do crescimento sustentado, disse que há uma grande afinidade de visões do mundo entre o Brasil e a Europa. “Ambos querem um mundo mais multilateral, mais equilibrado”.

A economista destacou que na Europa é visto com bons olhos que o Brasil se desenvolva mais rapidamente e com ele os demais países do Mercosul e da América Latina. “Na Europa prezamos muito a capacidade de combinar crescimento e inclusão social. Isso está no centro do modelo europeu”, frisou.
E acrescentou que essa é uma questão também crucial para o Brasil.

“A rota de sucesso em termos de estratégia para o desenvolvimento prevê que o cenário escolhido permita compatibilizar uma taxa de crescimento elevada com a criação de emprego e a redução das desigualdades sociais”, deixou como recado ao Brasil.

Outro ponto importante para alcançar o objetivo de crescer no entendimento da especialista da União Européia diz respeito à partilha de responsabilidades, definida de forma clara entre o governo, o Congresso Nacional e a sociedade como um todo.