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Governo discute agenda de retomada do crescimento com empresários e trabalhadores

Em reunião no Palácio do Planalto, entidades apresentaram propostas para recuperação da economia​
publicado:  15/12/2015 21h52, última modificação:  15/12/2015 22h39

Reuniao com Entidades Sindicais.jpg
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, participou nesta terça-feira (15/11), no Palácio do Planalto, de reunião com a presidente Dilma Rousseff e representantes de empresários, trabalhadores e profissionais liberais na qual foi apresentada uma agenda de desenvolvimento para recuperação do crescimento.
 
O grupo, representando 69 entidades representativas de diversos segmentos da indústria e sindicatos de trabalhadores, entregou à presidenta Dilma documento em que convida as organizações da sociedade civil a compartilharem o compromisso pelo desenvolvimento. Também afirma estar reunindo “forças para propor mudanças emergenciais que revertam as expectativas que ameaçam o presente e o futuro do país”.
 
No encontro, do qual participaram também os ministros do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, empresários e trabalhadores sugeriram o encaminhamento imediato da seguinte agenda:  
 
 - Retomar o investimento público e privado em infraestrutura produtiva, ampliando os instrumentos para financiá-la, bem com criando um ambiente regulatório que garanta segurança jurídica;  
 
- Retomar e ampliar os investimentos no setor de energia, como petróleo e gás e fontes renováveis em especial na Petrobras;
 
- Destravar o setor de construção civil, garantindo segurança jurídica das empresas;
 
- Criar condições para o aumento da produção e das exportações da indústria de transformação;
 
- Priorizar a adoção de políticas de incentivo e sustentabilidade do setor produtivo;
 
- Ampliar o financiamento de capital de giro para as empresas;
 
- Adotar políticas de fortalecimento do mercado interno para o incremento dos níveis de consumo, de emprego, renda e direitos sociais.
 
A reunião de hoje no Palácio do Planalto integra o esforço conjunto que vem sendo realizado pelo governo e setor privado para buscar medidas de aumento da produtividade e recuperação da economia. 
 
Em novembro, durante reunião com representantes dos setores varejista, da construção civil, da infraestrutura, da indústria de base e do setor financeiro, o ministro Nelson Barbosa pediu sugestões de curto, médio e longo prazo que possam destravar investimentos.
 
Ele ainda discutiu medidas legais e processos administrativos visando aperfeiçoar marcos regulatórios, com melhorias na estruturação dos projetos de investimentos, e propostas que possam ter efeito multiplicador.
 
Investimentos 

Entre as medidas para recuperar o crescimento, o Ministério do Planejamento destaca a importância da retomada do investimento. Hoje, após reunião com investidores na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), o secretário-executivo da pasta, Dyogo Oliveira, relatou que há interesse em oportunidades de negócios no Brasil, especialmente em infraestrutura.
 
Ele apontou que a demanda reprimida, a experiência do Brasil adquirida nos programas de concessões de rodovias e ferrovias ao setor privado, além da flexibilização das regras das novas rodadas de leilões de infraestrutura são fatores que atraem investidores, inclusive internacionais.
 
Oliveira destacou ainda que o governo está trabalhando para atrair mais financiamento do setor privado que vai demandar ação em duas áreas principais: mitigação de risco dos projetos a partir de um trabalho de desenvolvimento do mercado de seguros; e desenvolvimento de instrumentos de mercado de capitais mais bem adaptados ao interesse dos investidores.
 
“O plano todo de logística está avançando. Temos tido bons resultados e vejo muito interesse”, disse o secretário executivo, citando o resultado de leilão de áreas portuárias realizado na semana passada na Bovespa. Três áreas do Porto de Santos foram leiloadas, com mais de R$ 400 milhões de receita de outorga.
 
A atratividade do país é comprovada na base de dados do Banco Mundial sobre participação privada em infraestrutura em 2014. O documento mostra que houve investimento da ordem de US$ 107,5 bilhões num total de 139 países emergentes. O Brasil contribuiu com 41% desse total.