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Bancos nacionais de desenvolvimento devem ter um novo papel no Brasil, diz Ana Teresa
Brasília, 13/5/2010 – A Chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Ana Teresa Holanda Albuquerque, disse em palestra na sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza, que os bancos de desenvolvimento devem ter um novo papel no Brasil. Segundo Ana Teresa, o país alcançou um novo patamar na economia e portanto, esses bancos devem agir em atividades complementares às dos bancos comerciais privados e não mais se restringirem ao seu tradicional papel de prover financiamento de longo prazo em projetos de infraestrutura.
Assim, segundo destacou, o novo papel dos bancos de desenvolvimento deve incluir atividades como:
- capitais de curto prazo para agricultura e exportações;
- atuação junto às pequenas e médias empresas;
- atuação anti-cíclica de forma a reduzir a reação pró-cíclica às recessões pelos bancos privados;
- desenvolvimento de infraestrutura para integração entre países vizinhos, entre outros.
Foto: Queiroz Neto/Casa Civil
Além disso, ressaltou que nesse novo papel poderia incluir a de facilitadores nos projetos de PPPs na área de infraestrutura, além de prover acesso aos serviços financeiros pelos grupos de baixa renda.
Segundo Ana Teresa, para atuar no mercado financeiro de forma complementar, os bancos nacionais devem identificar lacunas no mercado, utilizar ferramentas de inovação financeira e desenvolver recursos humanos que reduzam os riscos enfrentados pelos investidores.
Ana Teresa entretanto, alertou para condições necessárias que devem ser observadas pelos bancos nessa nova função tais como uma estrutura de governança, com transparência, conselho de administração independente, subsídios governamentais explícitos, entre outros.
Ana Teresa fez palestra sobre economia brasileira e a agenda de investimentos durante a 40ª Reunião Ordinária da Associação Latinoamericana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento que aconteceu em Fortaleza, CE.
Foto: Queiroz Neto/Casa Civil
VOLUME DE VENDAS EM FEVEREIRO ACIMA DO NÍVEL PRÉ-CRISE
A chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento fez ainda uma apresentação dos números da economia brasileira e destacou que o volume de vendas do varejo em fevereiro de 2010 já estava 11,6% acima do nível pré-crise. Acrescentou que o impacto da crise nas vendas do varejo foi menos acentuado devido à expansão da massa salarial e do crédito às pessoas físicas.
Segundo Ana Teresa, com o reaquecimento da economia, a geração de emprego formal em março de 2010 já alcançou 1,7 milhão de novos postos de trabalho em 12 meses, superando o recorde de empregos em 2007 que foi de 1,6 milhão.
Acrescentou que a economia brasileira se recuperou rapidamente da crise e a sociedade sofreu impacto menor que a de outros países que registraram recuos significativos no PIB em 2009. Além disso, destacou, a inflação foi mantida sob controle, próxima do centro da meta.
Portanto, destacou que, apesar da crise da Grécia, o Brasil vai ser capaz de manter o nível de investimentos na área social e de infraestrutura, com destaque para os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento, primeira e segunda fase, os projetos para a Copa 2014 e Olimpíadas 2016, bem como os projetos de habitação e saneamento do Programa Minha Casa, Minha Vida.