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Mercado de capital brasileiro está em 12º no ranking mundial

publicado:  28/05/2015 18h05, última modificação:  05/06/2015 18h11

Governo e instituições financeiras debatem desafios para alavancar financiamento de projetos de infraestrutura

Alavancar o financiamento de longo prazo e reduzir os riscos do investidor. Esta é a força-tarefa apresentada por representantes de instituições financeiras nacionais e internacionais, ligados ao mercado de capital, necessária para atrair o setor privado e alavancar os investimentos em infraestrutura no país. Esse assunto foi tratado no terceiro painel do Seminário Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, promovido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP).

O diretor para o Brasil da Corporação Financeira Internacional (FIC), Hector Gomez, lembrou que os R$ 611 bilhões para infraestrutura para os próximos quatro anos, anunciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aponta que o país está na direção certa. “É quase fazer um gol de bicicleta para o seu time. É uma boa oportunidade aos investidores”, ilustrou Gomez. “É um novo mundo de financiamento de infraestrutura no país. Não vai haver um modelo único, vai ser um mix de financiamento para cada setor cujo mercado de capital vai ter um papel central nesse novo modelo”, afirmou.

“Não é por falta de capacidade intelectual que não vamos conseguir [alavancar os investimentos em infraestrutura], temos que fazer alguns projetos, temos que começar a construir alguns casos de sucesso e, em paralelo, mitigar os gargalos existentes. Temos que dar início”, disse o diretor do FIC.

Os envolvidos no mercado de capital devem ser criativos para atrair ainda mais o investidor, considerou a presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Denise Pauli Pavarina. “É muito difícil pedir para alguém que tome um risco de longo prazo sem retorno algum. Temos que ser criativos e este encontro contribui para isso”, pontuou.

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Alexandre Teixeira, observou que, mesmo diante de vários desafios a serem enfrentados, houve um avanço nos investimentos em projetos de infraestrutura nos últimos anos. “A despeito da complexidade dos investimentos que nós precisamos, nós temos melhorado os nossos projetos. Tivemos por mais de duas décadas um apagão de investimentos em infraestrutura. Mesmo assim, já tivemos excelentes resultados”, avaliou. Prova disso é a colocação do tamanho do mercado de capital brasileiro, que saltou de 20º lugar na última década para 12ª posição no âmbito mundial.

O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Murilo Portugal, indicou pontos necessários para estimular o financiamento de longo prazo e ressaltou que os bancos privados tem uma maior participação nos investimentos de curto e médio prazo. “Ter inflação baixa, ter mercados secundários líquidos para permitir uma porta de saída a custos razoáveis, segurança jurídica, além da criação de uma letra de investimento em infraestrutura e mudanças na lei que trata sobre as responsabilidades compartilhadas em caso de danos ao meio ambiente”, recomendou.

Já o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Gomes Pereira, afirmou que “não existe mercado de capitais se não houver investidores”, disse. “Os pilares do mercado de capital são a confiança e segurança. A criação dessa atmosfera de credibilidade deve ser vista num contexto mais amplo, exigindo uma consolidação de uma política eficiente da situação financeira” explicou.

Para o diretor técnico do Centro de Estudos de Mercado de Capitais, Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Cemec/Ibmec), Carlos Rocca, acredita que é necessário um novo modelo de financiamento que deve ter condição de atrair o setor privado. “A principal garantia é o próprio fluxo de caixa governo”, comentou.