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BNDES estima R$ 611 bilhões para financiar infraestrutura até 2018

publicado:  25/05/2015 18h05, última modificação:  09/10/2015 18h31

Seminário promovido pelo Planejamento reúne representantes de instituições financeiras

Para debater os desafios do financiamento de longo prazo foi realizado hoje (25) painel do Seminário Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, promovido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). Os financiamentos estão atrelados aos investimentos em infraestrutura, necessários para alavancar a economia de forma sustentável. O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, adiantou que a instituição dispõe de R$ 611 bilhões para os próximos quatro anos em projetos no país em rodovias, telecomunicações, portos, aeroportos e outras áreas prioritárias.


FOTO: Francisca Maranhão

“Essa é a percepção mais recente do banco. A taxa de acertos dessas previsões é bastante alta e tende a subestimar e não a superestimar essas projetos”, ponderou o presidente do BNDES, ao lembrar que dentro deste valor já está embutido financiamentos para projetos incluídos no Plano de Concessões que será lançado pela presidenta Dilma Rousseff no mês que vem.

Coutinho comentou os desafios de alavancar os financiamentos de infraestrutura utilizando o mercado de capitais e, por outro lado, criar uma classe de ativos que seja suficientemente atrativa para os investidores de longo prazo. Segundo ele, a economia brasileira é solida e tem muitas qualidades relevantes, e um dos principais desafios é desenvolver financiamentos de longo prazo. “No caso do Brasil, nós temos que trabalhar muito para completar o ajuste, consolidar as condições de percepção de confiança”, avaliou.

Segundo informou, o governo federal e instituições financeiras trabalham para viabilizar debentures de infraestrutura com duração de quatro anos. “O ideal é que possamos distinguir e melhorar as classes dos ativos com regulações específicas. É preciso ajudar o crédito coorporativo”, comentou. “A parceria com bancos públicos e bancos nacionais e regionais de desenvolvimento são fundamentais nesse processo. Estamos preocupados em saber como alavancar e não substituir o mercado”, acrescentou.

O presidente do BNDES salientou que quer estar alinhado com os investidores. “Queremos adotar a metodologia de amortização de preços, que abre mais espaço para emissão de debentures. Queremos participar também como investidor, com uma fatia pequena em emissões, se assim for solicitado pelo mercado. Há uma agenda importante sobre mitigação de risco e nós estamos estudando sobre isso”, detalhou, ao ressaltar a importância de um trabalho conjunto para melhorar a liquidez do mercado. “Estamos falando de processos institucionais que demandam parceria, que demandam uma construção bastante complexa jurídica e institucional para que nosso mercado de capitais de um salto positivo em renda fixa”, concluiu.

Instituições financeiras

Representantes de instituições financeiras internacionais também participaram do evento. São eles: os presidentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luís Alberto Moreno, do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Enrique Garcia Rodriguez, o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, Jorge Familiar, e o presidente do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), Juan Notaro Fraga.

Na ocasião, os representantes apresentaram trabalhos elaborados sobre estratégias de financiamentos que consideram importantes para alavancar investimentos em infraestrutura e sobre como podem contribuir com o governo brasileiro. Para o presidente do CAF, “um dos principais desafios não se resume apenas em investir, mas em investir melhor nos projetos de infraestrutura”, comentou. “Vocês podem contar com a CAF, trabalhamos tanto no setor público quanto no setor privado, setor produtivo e, transversalmente, temos áreas de especialistas para contribuir com o Brasil”, completou Enrique Rodriguez.

O presidente da Fonplata, Juan Fraga, ressaltou que a Fonplata é uma instituição pequena, mas com pessoas qualificadas para contribuir na elaboração de projetos de infraestrutura. Ele citou como exemplo de contratos de sucesso uma linha de trem que vai ligar a Argentina e a fronteira da Bolívia. “Esse financiamento foi aprovado agora pouco, promovendo integração, inclusão e o fundamental: investimentos em infraestrutura”, disse. Outro exemplo lembrado por Fraga é o investimento num transporte fluvial entre Assunção, no Uruguai, e o Paraguai.

O seminário prossegue ao longo do dia com três painéis. Veja a programação.