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Saque das contas inativas do FGTS terá impacto de 0,61 p.p no PIB de 2017
O volume de saques do FGTS superou as expectativas iniciais do governo, com a liberação de 88% do valor potencial reajustado para R$ 49,9 bilhões. Estudo realizado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, que estima o impacto na economia dos recursos liberados pelo FGTS, observou que no período houve redução da inadimplência, diminuição do endividamento e do comprometimento de renda, além de aumento da confiança do consumidor e do comércio.
A liberação dos saques das contas inativas fez parte de um conjunto de ações promovidas pela equipe econômica para alavancar a economia do país. Essa, em especial, afetou diretamente a vida do trabalhador brasileiro, permitindo que aqueles que tivessem contas inativas até 31 de dezembro de 2015 pudessem sacar seus saldos – sem a exigência de aguardar três anos fora do mercado de trabalho formal.
O pagamento das contas obedeceu um calendário de acordo com o mês de nascimento do trabalhador, o qual se encerrou em 31 de julho. A medida, que liberou R$ 44 bilhões na economia e beneficiou 26 milhões de trabalhadores, vem gerando um impacto positivo sobre o PIB, que pode alcançar 0,61 p.p.
Os trabalhadores diminuíram suas dívidas e conseguiram consumir mais. Pesquisas, como do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), verificaram que muitas famílias usaram os recursos sacados do FGTS para pagarem suas dívidas, saírem da inadimplência e voltarem a consumir. O reflexo no consumo foi verificado por indicadores do comércio varejista, como o volume de vendas de supermercados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o volume de vendas de celulares da Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (ABINEE) e o licenciamento de veículos (FENABRAVE).
“O importante é que essa medida beneficiou milhões de trabalhadores, permitindo-os acessar um recurso que, na verdade, é dele e usar livremente conforme sua decisão”, disse o secretário de Planejamento e Assuntos Econômicos do ministério do Planejamento, Marcos Ferrari. “O que vimos é que esses recursos ajudaram a reduzir o grau de endividamento das famílias e, ao mesmo tempo, contribuir com a melhoria do nível de atividade, principalmente via comércio, conforme apontam vários indicadores,” disse.
A Medida Provisória nº 763 foi editada em dezembro do ano passado e foi uma das medidas anunciadas para estimular o crescimento da economia. Em maio de 2017, ela foi convertida na Lei nº 13.446/2017.