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Parceria entre Brasil e China deve servir de referência para países da América Latina
Em encontro empresarial Brasil-China, nesta sexta-feira (16), o embaixador chinês no país, Li Jinzhang, disse que a parceria bilateral que criou o fundo de cooperação que vai classificar projetos realizados no Brasil, de interesse comum das duas nações, “deve servir de referência para os demais países da América Latina”, considerou. O fundo, instituído no mês passado, vai analisar projetos nos setores de infraestrutura, logística, energia e recursos minerais, agroindústria, tecnologia avançada, agricultura, armazenagem agrícola, manufatura, serviços digitais e outros de interesse das partes.
“O fundo deve funcionar segundo princípios de mercado com avaliação criteriosa de riscos e vai partir de projetos individuais para uma cooperação sistemática produtiva entre os dois países”, completou o embaixador. A carteira de projetos do fundo poderá receber aportes de até US$ 20 bilhões, dos quais até US$ 15 bilhões serão desembolsados pelo Fundo Chinês para Investimento na América Latina (Claifund), e de até US$ 5 bilhões por instituições financeiras brasileiras. Os projetos serão submetidos por meio de Cartas-Consulta que poderão ser preenchidas por meio digital, na página do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), ou ainda impressas.
O ministro interino do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago Junior, disse, no encontro com 35 empresários chineses, que a presença chinesa no Brasil é essencial para que a sinalização da retomada do crescimento da economia nacional se consolide em realidade. “Há hoje um conjunto muito variado de investimentos chineses no Brasil o que demonstra a crença da China em nosso país”, afirmou. Ele destacou ainda que a cooperação bilateral está avançando em diversas frentes e citou parcerias no setor financeiro.
Foto: Francisca Talita Maranhão - Ascom/MP
“Há diversos aspectos na nossa economia que podem ser melhorados e que podem ter ganhos de produtividade, com qualidade de vida para a nossa sociedade e com ganhos para os privados. Ou seja, há como ser um grande ganha-ganha para as duas nações”, concluiu o ministro sobre o potencial de colaboração com os chineses.
Em apresentação sobre o panorama geral da economia brasileira, o secretário de Assuntos Internacionais (Seain), Jorge Arbache, avaliou que o mercado de crédito nacional começa a dar sinais de melhora por conta da redução nas taxas de juros e que aumentou a confiança dos investidores estrangeiros, com ingresso de US$ 80 bilhões entre maio do ano passado e o mesmo mês deste ano. “O Brasil continua com estabilidade financeira e atraindo investimento estrangeiro direto com baixa taxa de vulnerabilidade externa e pronto para ensaiar uma recuperação consistente da atividade econômica”, analisou Arbache.
Para o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do ministério do Planejamento, Hailton Madureira, “na perspectiva de vinte a trinta anos, poucos mercados são tão atraentes e dispõem de tantas oportunidades como o brasileiro”, afirmou. Ele listou diversos setores em que o governo federal busca atualmente parcerias com agentes privados nacionais e internacionais, com empreendimentos como ferrovias, rodovias, portos, hidrelétricas, distribuidoras de energia, empresas de saneamento público, projetos de extração de petróleo e gás, entre outros.