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Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior apresentam balanço

Na transmissão de cargo, ex-ministros mostraram o cenário atual, indicando os principais desafios
publicado:  02/01/2019 19h10, última modificação:  02/01/2019 22h49

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e os ex-ministros da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge; da Fazenda, Eduardo Guardia; e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e os ex-ministros da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge; da Fazenda, Eduardo Guardia; e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago

Na cerimônia de transmissão de cargo ao Ministro da Economia, Paulo Guedes, os ex-ministros do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge e da Fazenda, Eduardo Guardia, apresentaram um resumo dos avanços conquistados em suas áreas nos últimos anos e indicaram os principais desafios a serem enfrentados pelo Ministério da Economia.

O ex-ministro Esteves Colnago destacou que o teto de gastos permitiu ao país deixar para trás os anos de déficit consecutivos, reencontrando o crescimento econômico. “Hoje, temos a menor taxa de juros da história do país e a inflação está controlada. Atacamos os gastos sem aumentar tributos”, observou.

Como balanço de sua gestão, Colnago também citou a busca por aproximar o governo dos cidadãos, por meio da transformação digital. Segundo ele, uma iniciativa importante foi o lançamento de diversos Painéis que permitem conferir, de maneira ágil e transparente, a aplicação dos recursos federais. Também foi citado o esforço para a digitalização dos serviços públicos.

O ex-ministro afirmou que houve transformação, ainda, na gestão de pessoas e do patrimônio da União. “Antes, o objetivo do governo era ter muitas propriedades. Agora, passamos a olhar o conjunto de imóveis, diferenciando os que efetivamente são necessários ao governo”, comparou. Com relação à Secretaria das Estatais, Colnago apontou que anteriormente ela tinha uma visão eminentemente burocrática, focada na coleta de documentos e acompanhamento de prazos.

Ainda em sua fala, Esteves Colnago ressaltou a realização de duas medidas que deram fôlego à economia nacional. “A flexibilização dos saques das contas inativas do FGTS e das cotas do PIS/Pasep possibilitaram injetar R$ 62 bilhões na economia, com recursos que eram dos trabalhadores, mas estavam mal alocados em fundos do governo”, citou, acrescentando que sua gestão também apostou no desenvolvimento de um planejamento de longo prazo para o Brasil. “Estávamos acostumados a apagar incêndios. Agora, queremos pensar o Brasil para os próximos 12 anos”, finalizou.

Abertura comercial

O desempenho do Brasil no comércio exterior, segundo Marcos Jorge, não passou despercebido da comunidade internacional.  O ex-ministro citou, como exemplo, um relatório recente da Organização Mundial do Comércio, que apontou o Brasil como o país que mais adotou medidas de abertura comercial no ano de 2018. “O relatório também destaca que uma em cada dez medidas para facilitar o comércio no mundo foi adotada pelo governo brasileiro”, informou.

Marcos Jorge também afirmou que a  balança comercial., em 2018, se mostrou mais dinâmica do que em 2017. “Em termos de corrente de comércio, terminamos o ano com o maior volume dos últimos quatro anos, superando a casa dos US$ 420 bilhões”, disse. Segundo o ex-ministro,  o Brasil, trabalhou duro  para fechar acordos internacionais e atuou para criar as condições para que as empresas brasileiras pudessem concorrer no cenário extremamente competitivo do século 21.

O ex-ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, mostrou otimismo em relação ao futuro do país. “Os desafios do Brasil são enormes, mas maiores ainda são as oportunidades. Temos de seguir na direção do compromisso fiscal, das reformas, da modernização e da abertura da economia”, observou.

Crescimento com estabilidade

De acordo com Guardia, o país de hoje está melhor do que o de maio de 2016. “O Brasil reencontrou o crescimento com estabilidade. Superamos a pior crise da história, com inflação de dois dígitos, retração da economia e desemprego de 13 milhões de brasileiros. Hoje, deixamos a economia com inflação abaixo de 4%, as menores taxas de juros e perspectiva de crescimento de 2,5%”, analisou.

Apesar da retomada do crescimento, o ex-ministro da Fazenda enfatizou que ainda há muito a ser feito. “Podemos fazer muito mais. O teto de gastos precisa ser reforçado com a aprovação de outras reformas. Há necessidade de enfrentar a simplificação do sistema tributário e avançar na continuidade do processo de abertura comercial”, disse.

Com relação à segurança institucional, Eduardo Guardia frisou a importância de apresentar regras claras que melhorem o ambiente de negócios. “Precisamos de regras simples, claras e duradouras. Também é importante que haja um funcionamento harmônico dos três poderes. A agenda de reformas passa pelo diálogo entre Executivo, Legislativo e Judiciário”, avaliou.

Guardia também foi enfático na defesa da Reforma da Previdência. Para ele, sem ela, o teto dos gastos não se sustentará. “Entendemos que a saída pelo lado da receita não é o caminho que deveríamos seguir, pois o Brasil já tem uma alta carga tributária. Mas, sem a continuidade das reformas, em poucos anos a sociedade estará pagando impostos para cobrir o pagamento de salários e previdência. Não haverá recursos para investimento”, finalizou.