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Reunião da IIRSA em Foz do Iguaçu abordará eixos de Integração do Sul-Sudeste

publicado:  15/12/2005 06h00, última modificação:  01/03/2016 20h23

Brasília, 15/12/2005 - A reunião da IIRSA (Iniciativa para Integração da Infra-Estrutura Sul-Americana) que será realizada em Foz do Iguaçu nesta sexta-feira (16) tratará da integração física sul-americana no que diz respeito aos Eixos de Capricórnio e Mercosul-Chile, para onde estão previstos investimentos da ordem de US$ 65 milhões e US$ 2,8 bi, respectivamente. O objetivo do evento é discutir a importância do projeto para o desenvolvimento sustentável do sul-sudeste, além de proporcionar melhor conhecimento à sociedade quanto às atividades da iniciativa.

A oficina regional sul-sudeste faz parte da 1ª Rodada de Consultas Estratégicas no Brasil, promovida pela IIRSA, e terá a participação do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, e do diretor geral de Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, além de representantes do governo federal, de governos estaduais e municipais, do setor produtivo e de organizações não-governamentais.

Vários seminários para discussões estratégicas já foram realizados nos 12 países da América do Sul integrantes da iniciativa. No Brasil, já houve um seminário nacional, no dia 23 de novembro no Rio de Janeiro (RJ), e a oficina regional do centro-oeste, no dia 07 de dezembro em Campo Grande (MS). Ainda será realizada uma outra oficina regional em Manaus (AM).

Os técnicos da IIRSA elaboraram um estudo que apontou 10 Eixos de Integração e Desenvolvimento (Andino, Amazonas, Peru-Brasil-Bolívia, Capricórnio, Escudo Guianês, Andino do Sul, Interoceânico Central, Mercosul-Chile, Hidrovia Paraná-Paraguai e Sul). A partir dos Eixos, foi elaborada uma carteira com 335 projetos de integração que resultaram, depois de várias rodadas técnicas, em 31 projetos conhecidos como Agenda de Implementação Consensuada 2005-2010, que envolvem recursos da ordem de US$ 37,4 bilhões. A agenda foi resultado de um processo de planejamento que se construiu nos anos de 2001, 2002 e 2003 e reiterada pelos chefes de Estado da região na reunião de Cuzco, em dezembro de 2004.

Eixo de Capricórnio

Formado pelo norte de Argentina, pelo estado do Rio Grande do Sul no Brasil, o norte do Chile e o Paraguai, o Eixo se desenvolve em torno do Trópico de Capricórnio, tendo, nos extremos, importantes instalações portuárias, tanto no Oceano Atlântico como no Pacífico, que dão conta de seu caráter bi-oceânico.

O Eixo de Capricórnio conta com uma população aproximada de 24 milhões de habitantes, de acordo com os censos do ano 2002, com uma densidade populacional média de 14,2 hab/km2, caracterizado por uma forte dispersão geográfica. Caracteriza-se pela preeminência da população urbana (75% do total) e uma população economicamente ativa (PEA) que alcança 64 % do total. O Produto Interno Bruto (PIB) do Eixo ascendeu, no ano de 2001, a US$ 83,5 milhões.

A rede de vias caracteriza-se por atravessar, na maioria das fronteiras, barreiras naturais de importância como a Cordilheira dos Andes, no limite argentino-chileno, os Rios Pilcomayo, Paraguai e Paraná, no argentino-paraguaio, o mesmo Rio Paraná, na fronteira paraguaia-brasileira, e o Rio Uruguai, na maior parte da fronteira argentina-brasileira. Em muitos casos, são deficientes o estado de conservação e a estrutura da rede de vias do Eixo, incluindo as pontes e passos de fronteira, o que obriga a uma circulação arbitrária que ocasiona maiores custos de transporte e dificuldades de integração. Em geral, os sistemas ferroviários são antigos e encontram-se deteriorados, constituindo uma limitação para o translado de trens de porte que permitam aproveitar as economias próprias deste modo.

A infra-estrutura portuária marítima do Eixo, composta por cinco portos (Antofagasta, Mejillones e Tocopilla, na II região Chilena, sobre o Oceano Pacífico; Paranaguá no Paraná e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, sobre o Oceano Atlântico) possui adequadas instalações para o trânsito, movimento e condicionamento de mercadorias de importação e exportação, mas existem graves problemas de congestionamento devido à insuficiente infra-estrutura de vias e às fortes incompatibilidades verificadas entre o desenvolvimento das cidades e seus portos. Existe uma adequada infra-estrutura aeroportuária no Eixo, que possibilitaria a conexão mediante transporte aéreo em toda sua extensão.

Eixo Mercosul-Chile

O Eixo MercosuL-Chile possui uma superfície de 3,1 milhões de km2 e abrange o Uruguai, o centro do Chile, o centro e noroeste da Argentina, o sul e parte do sudeste do Brasil, e o sudeste do Paraguai., com uma população estimada de 126 milhões de habitantes.

Com um PIB estimado em cerca de US$ 469,7 Bilhões de dólares, representa, em sua área de influência, 62% do valor dos bens e serviços da Argentina, 63% do Brasil, 52% da economia chilena, 50% da economia paraguaia e a totalidade da economia do Uruguai.

Possui uma infra-estrutura madura e complexa, integrada por uma vasta e intrincada rede de transportes, instalações energéticas e sistemas de comunicações que, mesmo assim, oferece a maior conectividade geral e as
melhores facilidades de energia, transporte e comunicações da América do Sul. Uma boa parte do Eixo aproveita a rede de rodovias existentes no Brasil, Uruguai,
Argentina e Chile.

É o principal centro industrial da América do Sul, com diversas indústrias de alto valor agregado (aeronáutica, automotriz, metal-mecânica, petroquímica, agroindústria, materiais de construção) que, além do mais, articula vários dos territórios agrícolas mais produtivos do mundo (grãos, café, soja, frutas e gado).