Brasília, 03/06/2003 - O Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, disse aos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento que é chegada a hora do país compor sua agenda do desenvolvimento. E acrescentou: " há 20 anos estamos debruçados com questões de curto prazo - inflação, juros, etc, sem termos a visão de longo prazo".
Sebastião Soares - Guido Mantega - Sen. Gilberto Mestrinho - Sen. Roberto Saturnino - Dep. Jorge Bittar - Dep. Paulo Bernardo

Segundo o Ministro, o último plano que contemplava uma visão estratégica de longo prazo foi o II PND, mas agora o governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende transformar o Plano Plurianual 2004-2007 em um "verdadeiro plano de desenvolvimento para o país".

Falando aos parlamentares em videoconferência transmitida para as Assembléias Legislativas dos Estados, o Ministro destacou o papel da participação da sociedade na elaboração do novo PPA. Segundo Mantega, o governo Lula não pretende apresentar um plano completo e acabado, elaborado por um grupo de burocratas em Brasília, mas que seja discutido com toda a sociedade. Destacou que o processo já se iniciou no último dia 30 de maio em Manaus, com a reunião de 90 entidades representativas da sociedade. "O novo Plano Plurianual será consenso da sociedade", afirmou o Ministro e "iremos visitar todos os Estados brasileiros para conseguir esse consenso".

Segundo o Ministro do Planejamento, a prioridade no novo plano de desenvolvimento do governo, é enfrentar a questão social, subordinando o econômico ao social. "A inclusão social é política de Estado", ressaltou Guido Mantega. Tudo isso baseado no crescimento sustentado previsto no Plano.

Mantega destacou como bases para o crescimento sustentado a redução da vulnerabilidade externa, a recuperação e expansão da infra-estrutura do país, formar um amplo programa de financiamento com a ampliação, racionalização e reorientação do crédito dos bancos públicos e desenvolver programas de desenvolvimento regional.
Ministro Guido Mantega

Segundo o Ministro do Planejamento, o mercado por si só não estimula o desenvolvimento regional e portanto o Estado deve exercer o seu papel de estimular políticas sociais e aproveitar as vocações regionais.
Mantega deu grande ênfase na principal estratégia contida no novo PPA que está em debate que o Mercado de Consumo de Massa destacando como condições a aceleração do crescimento, a melhoria da instrução e qualificação dos trabalhadores, a transferência de renda via programas sociais, a progressividade da estrutura tributária e a redução dos preços de bens e serviços essenciais.