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Integração da América do Sul é discutida em Brasília

publicado:  27/05/2002 13h40, última modificação:  01/03/2016 20h23

Brasília, 27/05/2002 - O Presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias, abriram no último domingo, 26/5, a Terceira Reunião do Comitê de Direção Executiva da IIRSA - Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional da América do Sul, um projeto do qual participam os 12 países da América do Sul. O evento, realizado no Blue Tree Park Hotel, em Brasília, prossegue até terça-feira, 28.

A IIRSA foi criada com o objetivo de promover a integração das economias por meio do fortalecimento da integração física entre os países. Até o momento, já foram identificados 123 projetos, com investimentos avaliados em cerca de US$ 40 bilhões, com elevado potencial de participação privada.

Durante a Reunião dos Presidentes da América do Sul, ocorrida em Brasília, em agosto de 2000, foi discutida a necessidade de se integrar a região, com a implantação de projetos comuns de transportes, energia e telecomunicações, e realização de ações nos campos do desenvolvimento social, informação e conhecimento e gestão ambiental.

Nesse sentido foi instituído o projeto IIRSA, a fim de se planejar o desenvolvimento para a região sob o ponto de vista geoeconômico, com suas potencialidades e dificuldades. Trata-se do mesmo conceito dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento, que orientam os projetos de desenvolvimento para o Brasil.

Esse modelo sugere reconhecer o território sul-americano como uma única área de referência para o planejamento e pressupõe a implementação de uma estratégia de desenvolvimento sustentável, observando as questões econômicas, sociais, político-institucional, ambiental e tecnológica.

Foi estabelecido um plano de ação de 10 anos, sob a coordenação operacional do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Corporación Andina de Fomento (CAF) e Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

O projeto IIRSA prevê também medidas como a harmonização dos regulamentos da área energética, que permitirá a compra e venda de energia, e a desburocratização das fronteiras. Para se ter uma idéia da importância dessa medida, basta dizer que, das 210 horas que uma carreta gasta para viajar de São Paulo a Santiago, no Chile, 100 horas são perdidas nas fronteiras, à espera de pagamento de impostos, fiscalização da alfândega, vigilância sanitária e procedimentos de segurança, além de desencontros de horários entre órgãos oficiais dos diversos países.

No Estudo foram identificados nove Eixos de Integração: Eixo Mercosul-Chile; Eixo Andino; Eixo Interoceânico; Eixo Multimodal do Amazonas; Eixo Venezuela/Brasil/Guiana/Suriname; Eixo Peru-Brasil; Eixo Porto Alegre; Eixo Multimodal Orinoco-Amazonas-Prata; Eixo Bolívia/Paraguai/Brasil.

Já foram realizadas duas reuniões do Comitê de Direção Executiva, formado por Ministros do Planejamento ou Infra-Estrutura dos 12 países membros. Nessas reuniões foram identificados os projetos de infra-estrutura e montado um portfólio de projetos que podem ser implementados no curto prazo nos Eixos Mercosul-Chile, Interoceânico e Andino.

Na reunião de Brasília, o tema central será a inserção do setor privado no projeto. Foram convidados Presidentes de grandes empresas brasileiras e estrangeiras, como a Iberdrola, Votorantim, Brown Boveri, ENI Itália, Telefonica, Petrobrás, BNDES, entre outras. Serão objeto de análise e aprovação por parte dos ministros membros do Colegiado:

    * A elaboração de uma visão estratégica para a integração física da América do Sul;
    * A utilização de mecanismos inovadores de financiamento;
    * Instrumentos para promoção do engajamento da iniciativa privada no Projeto.