Brasília, 07/05/2002 - Como facilitar a concessão dos benefícios previdenciários para populações que vivem praticamente isoladas no meio da Floresta Amazônica? Para chegar até lá, a Previdência precisou inovar os meios de acesso e desburocratizar os serviços normalmente prestados às populações urbanas.

Desde o dia 2 de maio, a Unidade de Atendimento Móvel Flutuante do Ministério da Previdência Social está ancorada em Inhamundá, pequeno município às margens do rio Amazonas, atendendo cerca de 500 pessoas vindas inclusive de aldeias indígenas daquela região.

No barco viajam nove servidores do INSS de Manaus, um médico da prefeitura de Inhamundá que realiza perícia médica, o gerente regional da Previdência do Amazonas, Severino Cavalcante e a gerente do Programa Nacional de Desburocratização do Ministério do Planejamento, Elisa Martins.

À frente de todo o trabalho de desburocratização executado pelo Governo Federal, Elisa Martins explica que, se esta sistemática adotada há dez meses pelo Ministério da Previdência não tivesse se mantido, as populações que vivem quase isoladas continuariam sem acesso a esses direitos sociais.

"Eles são, inclusive orientados a guardar seus papéis, porque não têm documento nenhum, nada registrado. É o direito à cidadania chegando até eles", afirma Elisa Martins, registrando que a região visitada nesta viagem de três dias alcançou verdadeiras ilhas de pobreza às margens do Rio Amazonas.

NÚMEROS - Em dez meses, o "barco da cidadania" atendeu a 46 mil moradores das zonas ribeirinhas do rio Amazonas. A Unidade de Atendimento Móvel Flutuante do Ministério da Previdência Social já concedeu 8.600 benefícios, como salário-maternidade, auxílio-doença, amparo-previdenciário por invalidez e aposentadoria rural por idade.

Segundo o chefe da Unidade, Marcos Vínicius Simões da Silva, o serviço que as populações estão recebendo é "o pagamento de uma dívida social do Governo para com os trabalhadores rurais".

A atual etapa de viagens do "barco da cidadania" iniciou dia 2 de maio, saindo de Manaus, rumo a Parintins, de onde tripulação e convidados seguiram até o município de Inhamundá.

Além dos servidores da Previdência, completa a equipe um médico de cada prefeitura dos municípios onde o barco fica ancorado, para proceder à perícia médica das populações. É ele quem atesta a concessão de auxílio-doença e avalia a capacitação de licença-médica.

De todos os benefícios concedidos, inclusive entre as populações indígenas, os mais procurados são o salário-maternidade, auxílio-doença, amparo-previdenciário e a aposentadoria rural por idade. Mas, segundo o chefe da Unidade Móvel, Marcos Vinícius da Silva, o cadastramento de contribuinte da Previdência é fundamental para garantir o acesso à cidadania dessas populações carentes.

A desburocratização do serviço, que chega diretamente às comunidades ribeirinhas do Amazonas, garante que, em um mês elas já estejam recebendo os benefícios a que têm direito, assegura a gerente do Programa Nacional de Desburocratização do Ministério do Planejamento, Elisa Martins.

O cronograma de viagens está dividido em três etapas: a Equipe Beta encerra seu trabalho no município de Santa Isabel do Rio Negro, entre os dias 4 a 7 de junho. A Equipe Gama partirá de Coari no dia 17 de junho e encerrará os trabalhos de desburocratização previdenciária em Iranduba em 21 de julho.

A Equipe Delta inicia as últimas viagens do semestre em 29 de julho por Manicoré, encerrando os trabalhos em Careiro da Várzea, em 29 de agosto.