Brasília, 29/01/2002 - Pequenos produtores de castanha do caju, melão e artesanato estão ganhando ascensão na pauta das exportações brasileiras. De janeiro a dezembro de 2001 a agricultura familiar exportou US$ 4,4 bilhões, ou seja 32,54% das exportações do agronegócio. Em relação à soja e seus derivados, especificamente, contribuiu ano passado com US$ 1,6 bilhão de um total de US$ 5,2 bilhões.

Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e foram apresentados em um balcão de exposição no 39º Encomex - Encontro de Comércio Exterior, realizado dia 25 deste mês em Recife. A presença da produção da agricultura familiar no quadro das exportações do país atende as expectativas do Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, do Avança Brasil.

Uma das entidades participantes do Encomex, a organização Visão Mundial, executa programas de incentivo à exportação de pequenos produtores do Nordeste. Aplica na prática o que foi tema de palestra no encontro: "O Comércio Solidário Internacional como Fator de Inclusão Social".

A ong Visão Mundial coopera com mais de dois mil pequenos agricultores e artesãos de comunidades de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas, ensinando- lhes a planejar a produção e realizando cursos de capacitação em administração rural, marketing e comércio exterior. Graças a esse trabalho que é feito por meio do Fair Trade Program - Programa de Comércio Solidário, as famílias beneficiadas hoje se orgulham por saber que seus produtos estão sendo comercializados em países como Holanda,Inglaterra, Bélgica, Luxemburgo, Suíça e Itália.

Os encontros nacionais de comércio exterior oferecem aos produtores a oportunidade de receber instruções sobre como vender seus produtos lá fora. São reuniões onde os participantes tomam conhecimento das regras básicas do intercâmbio comercial brasileiro, dos mecanismos de apoio e chances de negócio no exterior. Esses encontros foram criados em 1997, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, com a intenção de estimular que empresas à margem dos grandes centros econômicos contribuíssem para aumentar a presença do Brasil no comércio internacional. A novidade deste ano é a presença do segmento agricultura familiar, por iniciativa do ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann.

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar