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SPU devolve convento aos carmelitas em Olinda

publicado:  04/06/2008 09h00, última modificação:  28/05/2015 16h09

Brasília, 04/06/2008 – Mais de um século depois de perder a posse de suas instalações para o Governo Federal, a Província Carmelita Pernambucana terá de volta o direito de uso da Igreja e do Convento do Carmo do Sítio Histórico de Olinda, no Grande Recife. A construção havia sido incorporada pela União em 1874, mas agora o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo concluiu o processo dos carmelitas considerando a ordem  como verdadeira proprietária dos prédios.

Devido à ausência de frades vivendo no local e a situação de quase extinção da ordem na região – por conta da perseguição do Governo Imperial às ordens religiosas – foi feito o seqüestro dos bens dos carmelitas. Era uma forma de salvar o patrimônio. A construção é a primeira da ordem carmelita em toda a América, edificada em 1580. Desde a expropriação, há mais de cem anos, os frades da congregação vêem tentando reaver a propriedade.

Hoje estabilizada – mais de 60 frades na Província Pernambucana – a ordem está  esperançosa com a devolução da igreja, bem como do convento. “Com o registro, poderemos definir nossos futuros passos. Mas, é fato concreto que voltaremos a residir em Olinda. Vamos fazer um conselho provincial e formar a comunidade que vai morar no imóvel”, diz o provincial da ordem, frei Francisco Sales. Os frades garantem que estão dispostos a assumir todas as obrigações decorrentes: conservação, manutenção e utilização do patrimônio para o bem da sociedade.

Agora, depois do parecer do Ministro do Planejamento, o referido processo está em posse da Procuradoria da Fazenda Nacional para que seja disponibilizado o termo de devolução através de um cartório local, conforme informou o gerente regional do Patrimônio da União em Pernambuco, Paulo Ferrari. “Só falta isso para concluir o processo”, diz ele.

Os religiosos também aguardam o documento para tomar posse da igreja. Segundo frei Sales os frades pretendem reanimar a vida litúrgica (missas, batizados, casamentos) e valorizar o aspecto histórico-cultural da igreja, com a realização de concertos musicais. O imóvel foi construído com finalidade religiosa e queremos retomar isso. Já escolhemos três frades para iniciar a residência, afirma  o religioso.