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Nordeste dá exemplo de inclusão digital
Brasília, 29/11/2007 - Pirambú, uma favela da região metropolitana de Fortaleza com cerca de 350 mil moradores, e a Região da Baixada e dos Lagos, no Maranhão, compartilham baixos índices de desenvolvimento humano e econômico. Mas projetos de inclusão digital desenvolvidos nessas localidades - o Projeto Pirambu Digital e o Projeto Telecentros Jovem Cidadão -, estão contribuibuindo para mudar essa realidade e oferecer oportunidades de inserção social para a sua população.
As duas iniciativas foram selecionadas pela Organação da Sexta Oficina para Inclusão Digital para serem apresentadas durante o evento que ocorre em Salvador até esta quinta-feira. Os relatos ocorreram no dia 28 de novembro antes das plenárias sobre Conteúdos locais produção e difusão e Inclusão digital, economia solidária e arranjos produtivos locais.
O diretor de Gestão Estratégica do Projeto Pirambú Digital, Bruno Queiroz, contou que o Pirambú Digital, uma cooperativa formada por quatro empreendimentos na área de tecnologia da informação, desevolve projetos de inclusão digital como Condomínio Virtual. Para participar, o intereressado paga uma mensalidade de R$ 35 durante 10 meses por meio da qual se torna proprietário de um computador.
Além disso, ele passa a fazer parte de um condomínio virtual que agrega várias casas. Cada uma delas adquire uma antena receptora de sinal que deve compartilhar a conexão à internet com os vizinhos em uma rede local, promovendo assim o acesso à internet a baixo custo. O custo para ter o acesso à internet banda larga é de R$ 25 por mês. Atualmente são cinco condomínios virtuais já instalados no bairro e já uma lista de espera com mais de 150 pessoas.
Entre outras iniciativas, o Pirambu Digital também desenvolve a Biblioteca Integrada à Lan House que disponibiliza acesso à internet por uma determinada quantidade de horas proporcionais às horas de leitura na biblioteca. O objetivo é a inclusão digital a partir da inclusão social por meio da leitura. Mais informações estão disponíveis em www.pirambudigital.com.
O Projeto Jovem Cidadão é outra iniciativa de inclusão digital que está contribuindo para melhorar a realidade político-econômico e sócio-cultural de jovens maranhenses de baixa renda. Foram instalados 13 telecentros em 10 municípios da Região da Baixada e dos Lagos que de outubro de 2005, quando iniciou o projeto, até julho de 2007 já haviam atendido cerca de sete mil visitantes diferentes.
O coordenador da Organização Não-Governamental Formação, responsável pelo projeto, Fábio Cabral, contou que o Maranhão é o maior exportador de mão-de-obra escrava para outras regiões do país e que a ONG estava preocupada em resgatar a cidadania da população, especialmente das famílias afetadas por esse problema.
Assim começou a funcionar junto ao projeto a Rede de Jovens Comunicadores que atualmente conta com a participação de cerca de 200 jovens. Depois de receberem capacitação, os jovens começaram a produzir seus próprios conteúdos e meios de comunicação.
Eles têm hoje programas em cinco rádios comunitárias, em cinco municípios diferentes, criaram uma revista que em breve deve lançar sua sexta edição, e já começaram a produzir vídeos e outros materiais audivisuais para serem exibidos nos três cineclubes criados pelo projeto.
A produção desses materiais ocorre nos próprios telecentros e o próximo desafio é a criação da rádio web que disponibilizará on-line conteúdos e programas produzidos pelos Jovens Comunicadores. Mais informações estão disponíveis em www.formacao.org.br.
Economia Solidária
Experiências como essas ilustraram o debate sobre economia solidária que ocorreu na Sexta Oficina para Inclusão Digital no dia 28 de novembro. A plenária contou com a participação do secretário nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, Paul Singer, do assessor do projeto Estação Digital da Fundação Banco do Brasil, Cláudio Brannand, e do coordenador do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, Miguel Steffen.
Segundo Steffen, atualmente são mais de 21 mil empreendimentos de economia solidária que garantem o sustento a cerca de 1,5 milhão de famílias no país. De acordo com Singer, a Alemanhã está desenvolvendo um modelo de economia solidária com base na experiência brasileira.